O governo do Rio Grande do Sul, ainda este ano, irá disponibilizar um novo roteiro de exportação, que vai desafogar as principais rotas ao Porto Rio Grande, aproximar as pessoas, encurtar distâncias, tornar mais ágil e competitivo o processo produtivo gaúcho. Há poucos dias, em visita a RSC-471, o engenheiro Afrânio Fernandez, do Daer, de Santa Cruz do Sul, lembrou que em torno de 40 anos atrás era inaugurada a RS-386, que revolucionou o transporte sulino. A RSC-471 se insere no processo temporal de retomada da capacidade efetiva de investimento. Após quatro décadas, houve o enfrentamento dos gargalos estruturais históricos do nosso Estado, que envolve também a competitividade logística. Foi preciso sanear o Estado, para concluir e iniciar obras importantes e, sobretudo, para descerrar a cortina de um futuro promissor.
A RSC-471, além de integrar as regiões produtoras gaúchas e nacionais, agregar valor à produção, evitar desperdícios no transporte de maior percurso, oferecer melhores condições de comercialização e armazenamento, valorizar municípios com maiores dificuldades, diminuir o êxodo rural, dinamizar a economia regional, abrir novos horizontes tecnológicos e de diversificação, elevar a autoestima das comunidades, vai nos permitir um ganho ambiental.
Segundo o Daer-RS, além dos veículos de transporte de pessoas, devem se destinar diariamente ao Porto de Rio Grande, pela nova estrada, em torno de 400 caminhões. Como haverá um encurtamento equivalente a 220km, considerando ida e volta, transcrevemos o que nos responde a Dra. Patrízia Tomasi, especialista em projetos MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), reconhecida pela ONU-UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change) e sócia e diretora técnica da Planck E (www.planck-e.com), em São Paulo: “Adotando-se a densidade do óleo diesel como 0,8kg/L e, considerando-se que a queima de 1kg de óleo diesel representa a emissão de 3,68kg de CO2, temos: 66,7L de OD (óleo diesel) consumidos por caminhão, por dia (220/3,3). Em que se considere o uso diário do caminhão, durante um ano, temos a emissão de 71,7t de CO2 por caminhão (66,7 x 2,944 x 365); vezes 400 caminhões por dia teremos uma emissão anual de 28.670t de CO2/ano.”.
Além da menor emissão de CO2, há uma diminuição no desgaste de pneus, entre outros ganhos ambientais. Portanto, mediante um projeto, execução e usufruição socioeconômica ambiental responsáveis, com os impactos controlados a partir de implantação de medidas mitigadoras e compensatórias, têm-se muito mais que uma economia de tempo de dinheiro. A RSC-471 é a nova estrada da produção e define para o Estado um marco logístico de competitividade e ganho socioambiental.
* Artigo de minha autoria publicado hoje (15/04) no jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul/RS
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