Segundo o relato de pessoas que testemunharam a queda da ponte na RSC-287, em Agudo, no momento da queda da massa de concreto, ferragem e asfalto, as águas do rio Jacuí se abriram formando uma espécie de vácuo que, em seguida, se fechou, submergindo com veículos e pessoas.
À ruptura da ponte de Vila Rosa, juntam-se quedas de outras pontes, destruição de lavouras, interrupção de estradas, desalojamento e desaparecimento de pessoas, por todo o Rio Grande. Esses fatos não estão isolados do que ocorre em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, nem das nevascas que vergastam os países do norte.
A tragédia que angustia os gaúchos, além de se inserir no contexto global de intempéries que assombra o mundo, não pode ser desvinculada do que vem acontecendo há mais tempo. Só em 2009 foram emitidos pelos prefeitos gaúchos 648 decretos emergenciais originados por estiagens, vendavais, granizos, enchentes, entre outros.
Explicações para o fato da queda da ponte incluem movimentos de massa de ar, altas precipitações pluviométricas com forte incidência sobre áreas de encosta, acúmulo de águas das barragens, estafa dos materiais construtivos e formação de ondas com frequências avassaladoras que, entre outras, agregam-se ao conjunto de fatores que provocaram o dilúvio deste início de 2010.
Outras explicações virão, seguidas de medidas reparadoras, novas normas e cuidados reconstrutivos. Contudo, estamos frente ao seguinte dilema: agiremos como os senhores do mundo que desperdiçaram a COP 15 e, ao primeiro sol esquecem a tragédia, ou, aproveitamos 2010 para constituí-lo no tempo de reversão civilizatória. A ruptura da ponte expôs a ferida exploratória e inconsequente à qual nos atiramos. A humanidade errou o caminho. Ao invés de respeitar e conviver com a natureza, de quem somos filhos e herdeiros, ela foi enfrentada, explorada e não entendida. Não é a natureza que se vinga, ela se manifesta e nos conclama para despertarmos.
Que as mortes e os desaparecimentos, de gaúchos e brasileiros, somadas as de muitas outras antes acontecidas, não tenham sido em vão
"Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã, e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma idéia, e nós trocamos essas idéias, então cada um de nós terá duas idéias."
ResponderExcluirEsta frase de George Bernard Shaw representa bem o espírito de difusão e propagação de idéias e ideais que é a intenet.
Este é o solo ideal para que o ambientalismo gaúcho cresça ganhe relevância. Ele realmente carece de uma verdadeira repercussão, não apenas aquele discurso fácil e pseudo engajado que esta na moda, mas de um baseado em conhcimento concreto de causa.
Tua história de vida e dedicação ao meio ambiente efetivamente casado com o crescimento urbano e econômico só aumenta mais meu orgulho de ser teu filho.
Boa sorte e sucesso nesta nova empreitada!
Abs,
Rodrigo Wenzel
Obrigado Rodrigo, isto é também pela Sofia.
ResponderExcluirGostei do artigo! Aliás, sempre é bom saber que temos pessoas que se ocupam seriamente com as questões ambientais. Também gostei do blog! Acho que é importante criarmos espaços para debater questões ambientais de forma lúcida e sem amarras ideológicas. Estou convencido de que estamos na undécima hora para nos unirmos e fazermos algo para salvar a nossa casa comum, que é o planeta terra! Parabéns! Roque Hammes
ResponderExcluirParabéns pelo blog e pelo artigo. É bom saber que continuas na luta pela preservação do meio ambiente. Vamos seguir erguendo a bandeira de defesa da vida. Fico indignado com as inúmeras atitudes irresponsáveis, de quem age como se não tivesse nada a ver com o que está acontecendo. Parabéns
ResponderExcluirAmigo Roque, que alegria receber o seu comentário. Você tem uma bela e frutífera história a favor da vida
ResponderExcluir