quinta-feira, maio 06, 2010

Brasil é tetracampeão em reciclagem de latas

O Brasil bateu novamente o recorde mundial de reciclagem de latas de alumínio para bebidas em 2004, com o índice de 95,7%, 6,7 pontos percentuais acima de sua marca anterior. Pelo quarto ano consecutivo o país está na liderança do ranking mundial que inclui apenas os países em que a atividade não é obrigatória por lei, entre os quais, o Japão e os Estados Unidos.

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira do Alumínio - Abal e pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade - Abralatas, a performance brasileira atingiu a marca de 121,3 mil toneladas de latas de alumínio recicladas em 2004, que corresponde a cerca de 9 bilhões de latas no ano ou 25 milhões de latas por dia, ou ainda mais de um milhão por hora.

As latas de alumínio são o carro-chefe da reciclagem. Em escala crescente a cada ano, o reaproveitamento desse tipo de sucata tem levado o Brasil ao topo do ranking mundial desde 2001. Hoje, somente a etapa de coleta (a compra das latas usadas) injeta anualmente R$ 450 milhões na economia nacional, volume financeiro equivalente a empresas que estão entre as 500 maiores do país.

Esse resultado é fruto da conjugação de vários aspectos. O principal deles é o fato de o país possuir um mercado de reciclagem já estabelecido em todas as suas regiões. Além disso, a facilidade na coleta, transporte e venda e o alto valor da sucata de alumínio, aliados à grande disponibilidade durante todo o ano estimularam a reciclagem das latas de alumínio para bebidas, provocando também mudanças no comportamento do consumidor.

Um dos fatores que mais contribuiu para o progresso da reciclagem no país foi o engajamento da classe média. Entre 2000 e 2004, cresceu de 10% para 19% a participação de condomínios e clubes na coleta de latas usadas. Outro dado relevante é o surgimento de cooperativas e associações de catadores em todo o país: a participação dessas entidades na coleta de latas de alumínio passou de 43% para 52% nos últimos quatro anos.

Maior eficiência

O avanço tecnológico no setor aumentou significativamente a produtividade da indústria, fazendo crescer o aproveitamento da matéria prima: quando as latas de alumínio começaram a ser fabricadas no Brasil, nos anos 90, produziam-se 64 latas com um quilo de alumínio, ao passo que hoje é possível fabricar 74 latas com a mesma quantidade de matéria prima.

Hoje, o mesmo alumínio de uma lata que sai da fábrica leva apenas 30 dias, em média, para voltar ao mercado como matéria prima de uma nova lata. A lata de alumínio é a única embalagem que pode ser inteiramente reciclada para a fabricação de outras latas idênticas, de forma econômica e auto-sustentada.

Vantagens ambientais e sociais

Para devolver o alumínio ao mercado, a reciclagem economiza 95% da energia elétrica que é utilizada na produção do metal a partir da bauxita (minério de onde se extrai o alumínio). O volume de latas recicladas no Brasil em 2004, 121,3 mil toneladas, economizou cerca de 1.700 GWh/ano, ou seja, 0,5% de toda a energia elétrica gerada no país e o suficiente para abastecer uma cidade de mais de um milhão de habitantes, como Campinas (SP), por exemplo.

Além do estímulo à consciência ecológica e da economia de energia elétrica, a reciclagem de latas de alumínio gerou no ano passado uma economia de mais de 600 mil toneladas de bauxita.

Entre os benefícios sociais da reciclagem de latas de alumínio destaca-se a geração de emprego e renda para aproximadamente 160 mil pessoas em uma série de atividades que vão desde a coleta até a transformação final da sucata em novos produtos. Em 2004, mais de 16 mil escolas, creches e instituições cadastradas em programas de reciclagem de alumínio trocaram latas usadas por mais de 14 mil itens, entre equipamentos eletrônicos, mobiliário, kits escolares e cestas básicas.

 
Outras sucatas de alumínio

Além da reciclagem de latas, está crescendo também o aproveitamento de outras sucatas de alumínio. Ao todo foram recicladas, em 2004, cerca de 270 mil toneladas do metal, que representa 36% de seu consumo doméstico - a média mundial é de 32%

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