terça-feira, março 30, 2010
Obrigado
Meu muito obrigado à governadora Yeda Crusius, aos colegas da Secretaria Extraordinária de Relações Institucionais, colegas das demais secretarias, amigos e amigas do PSDB e a todos os gaúchos e gaúchas.
segunda-feira, março 29, 2010
Paraísos Ecológicos: Estação Ecológica de Aracuri
Onde dormem os papagaios
Eles são ariscos, barulhentos, gostam das copas das árvores, mais precisamente do pinheiro araucária, cujo pinhão é seu alimento predileto. Como não estão domesticados, não repetem nomes e palavrões com a facilidade que outras aves de sua espécie exibem quando aprisionadas e levadas para a diversão de crianças, nas cidades. Os cientistas chamam-lhes amazonas petrei, mas todas as pessoas os conhecem como papagios, dos gêneros charão e do peito-roxo, os mais comuns.
Embora dividam o espaço com pouco mais de cem espécies de outras aves, entre as quais algumas viajantes de longas distâncias, como o gavião papa-gafanhoto, que vem dos Estados Unidos para passar a primavera e o verão em nossas matas, esses papagaios são os ocupantes mais famosos (embora cada vez mais raros) da Estação Ecológica de Aracuri, no município de Muitos Capões, a cerca de 300 quilômetros de Porto Alegre.
Criada em 1981, com 277 hectares, essa é uma das estações menos problemáticas no complexo administrado no Estado pelo Governo Federal. Não existem invasores, a população das redondezas não gosta de caçar e se sensibiliza com a necessidade de preservar a área.
Os papagaios, lembram os vizinhos, sempre preferiram os capões de pinheiro araucária existentes na atual estação. Com isso, a área tornou-se um "dormitório" importante para os papagaios. Mas, antes de dormir eles aproveitam o que é um dos destaques da reserva e dos capões de toda a região, os pinhões que as gralhas azuis -- vistas em grande quantidade por ali -- não conseguirem esconder enterrados.
Ao contrário das gralhas, ocupantes habituais e permanentes dos pinheiros, os papagaios somente chegam entre as 17h30 e 18 horas, deixando o local novamente entre as 5h30 e seis horas, sempre com a mesma rotina: chegam e saem em pequenos bandos, mas não descem para as árvores e nem se dispersam pela região, enquanto todos não estiverem reunidos.
Ao chegarem à área da estação, ficam sobrevoando a mata até que todos os bandos tenham se apresentado. Eles preferem as proximidades do chamado pinheiro vovô, com 36 metros de altura e já sem folhas devido aos seus mais de quinhentos anos de idade.
O primeiro semestre é a época de papagaios na Estação Ecológica de Aracuri, que se enche de ruídos nos entardeceres e amanheceres. Os bandos, em épocas de maior concentração, chegam a escurecer o céu. Eles começam a chegar em janeiro e fevereiro, atingindo o auge, em termos de número de animais, em março. Ficam até junho, época do pinhão, que comem com grande presteza: furam o fruto com o bico e comem tudo, enquanto aguentarem. As sobras que caem no chão são repartidas entre os outros animais: capivaras, pacas, cotias, veados do mato, entre outros, que não conseguem alcançar as copas e não têm a presteza de descobrir os esconderijos das gralhas, que nem as próprias localizam -- é por isto que esta ave, de um azulado muito bonito, é conhecida como a mais eficiente "plantadeira" de araucária.
Contagem científica dos papagios do Aracuri feita por pesquisadores nos últimos anos mostra que eles são entre nove e dez mil. A maior parte é de papagaios-charão, aquele em que se destaca o verde e que tem fama de "falador" nas residências em que é aprisionado.
Uma questão que intriga os pesquisadores é o destino e o local de procriação dos papagaios. Existem apenas algumas teorias. A mais aceita é a de que, após junho e, mesmo, julho, os papagaios se dispersam pelas zonas de mata do Planalto Médio, Depressão Central, Serra do Sudeste, Aparados da Serra e Vale do Ibicuí. Na primavera, nidificam preferencialmente na área compreendida entre Encruzilhada do Sul, Santana da Boa Vista, Caçapava do Sul e Lavras. Até dezembro todos os filhotes já estão em condições de voar e, por essa época, se misturam nos bandos de uma forma em que, naturalmente, se faz uma miscigenação. Depois, na época do pinhão, distribuem-se pelos capões dos campos de cima da Serra, especialmente na atual Estação Ecológica do Aracuri.
De toda a área protegida na estação calcula-se que 35% estão em mata, somente parte dela considerada virgem, onde foram mínimos os dados causados pelo homem. O número de pinheiros da reserva é estimado em próximo de 20 mil com mais de 20 centímetros de espessura, mas são milhares os novos, que estão se formando no meio das árvores e vegetação rasteira. A maior parte da estação é ocupada pelo que, no campo, se denomina de vassoural, onde normalmente se colocaria o gado a pastar. No restante, com uns oito hectares no máximo, existem banhados, as áreas preferidas pelas capivaras, que já integram um bando de algumas dezenas.
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Paraísos Ecológicos do RS
sexta-feira, março 26, 2010
ECO 21: Arca nenhuma poderá nos salvar
Já está circulando a revista ECO 21 de março de 2010. Uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste mês traz excelentes textos. Veja abaixo do editorial o índice da edição.
Editorial
A celebração do Dia Mundial da Água de 2010 é uma boa oportunidade para avaliar o real estado em que se encontram os recursos hídricos em nível global. A ONU, através do IPCC já identificou que as mudanças climáticas provocarão graves problemas como enchentes, ciclones, derretimento de geleiras, ondas de calor, desertificação e doenças transmitidas pela água, como a cólera, a leptospirose e a dengue. "As principais manifestações ligadas à alta das temperaturas dizem respeito à água", afirmou o Presidente da agência ONU-Água, Zafar Adeel. Ele coordena os trabalhos relacionados à água entre 26 agências das Nações Unidas e é Diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde, sediado no Canadá.
As perturbações causadas pelo desequilíbrio ambiental podem ameaçar a agricultura e o suprimento de água potável. "E isso gera conflitos," disse Adeel ao citar o exemplo de Darfur, no Sudão, que tem seu conflito agravado por décadas de secas, desertificação e superpopulação. Segundo o IPCC, 250 milhões de pessoas na África poderão sofrer ainda mais com a escassez de água nos próximos 10 anos.
Todas as análises realizadas pelos jornalistas especializados em recursos hídricos concordam em que a Ásia Central e o Norte da África ficarão mais secos em função das mudanças climáticas e mais pessoas, além das de 2,8 bilhões atuais, não terão acesso a saneamento básico. Tudo isso faz parte do tema água, algo cada dia mais relevante nas discussões sobre segurança alimentar, paz, mudanças climáticas e recuperação da crise financeira. "A água é fundamental em cada uma dessas discussões, mas não costuma ser percebida como tal", disse Adeel.
Uma alternativa sugerida pelo Presidente da ONU-Água é aumentar o gerenciamento deste recurso, contabilizando quanto dela é embutida nos produtos comercializados em todo o mundo, a denominada “água virtual”. Segundo Adeel, diversos estudos já demonstraram que, por exemplo, são necessários pelo menos 15 mil litros de água para produzir um único quilo de carne bovina.
A administração racional do uso e maior conscientização das indústrias sobre o consumo da água são as principais opções que podem conservar este recurso natural hoje não renovável. A desertificação prevista para as próximas décadas aumentará a fome no mundo e a agricultura deverá utilizar ainda mais a água do subsolo e dos aqüíferos que se encontram num estado crítico de não reposição. Hoje existem mais de 50 milhões de pessoas deslocadas dos seus lugares de origem, principalmente em consequência dos tsunamis e a previsão é que essa realidade não diminuirá.
Entre os anos 2000 e 2009 mais de 106 milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações e 38 milhões por furacões. Na América Latina um em cada 10 habitantes já está sofrendo os efeitos da mudança climática no âmbito hídrico. Fazer frente a esse panorama é o maior desafio da humanidade e não existe Arca nenhuma que possa nos salvar desse gigantesco tsunami que se perfila no horizonte.
Gaia viverá!
Índice da Edição Março 2010
Irina Bokova - Água limpa para um mundo saudável
Marina Silva -Dia de vida
Suelene Gusmão - Carlos Minc faz balanço hídrico
Matthew Berger - Hillary Clinton defende diplomacia em relação à água
Lester Brown - A bolha alimentar e da água
Graziela Wolfart - Entrevista com John Anthony Allan
Roberto Malvezzi - Águas de Março. Dez anos da ASA
Leonardo Corrêa - São Paulo trata 80% do seu esgoto
Bárbara Bomfim - Câmara aprova Política Nacional de Resíduos Sólidos
Maria Neira - Vida Saudável, Planeta saudável
Rajendra Pachauri - O trabalho do IPCC e as perspectivas para o futuro
Shirley Orozco Ramirez - Evo Morales convoca conferência sobre clima
Stephen Leahy - A Conferência da CITES trata da sobrevivência dos corais
Flavia Miranda - Projeto estuda o menor dos tamanduás
Márcio Borges Martins - Biodiversidade dos Pampas
Regina Kawai - A hora e a vez do saneamento para a Copa e as Olimpíadas
Gonzalo Ortiz - Derrota de Avatar tem repercussões indígenas
Bernadette Vallely - Desastres climáticos afetam as mulheres com força
Cândido Grzybowski - Radicalização da democracia e socioambientalismo
Danielle Brant - Novas espécies ameaçam mares do Brasil
José Eli da Veiga - Da economia ecológica à socioambiental
Antonio Maschietto Junior - Aquecimento solar cresce no Brasil
Ralph Nader - Não à energia nuclear nos EUA
Leonardo Boff - PT: Qual a Grande Transformação?
Para assinar acesse - http://www.eco21.com.br/assinaturas/assinaturas.asp
Por Lúcia Chayb e René Capriles, da revista ECO 21
Foto
Legenda: Reflexo de uma pessoa observando um rio poluído por petróleo no Equador
Crédito: Crude
(Envolverde/ECO 21)
quarta-feira, março 24, 2010
Clima: países pobres correm risco de perder a biodiversidade vegetal
A mudança climática poderá reduzir a biodiversidade vegetal em 9% até o final do século e os países mais pobres e menos responsáveis pelo fenômeno poderão ser os mais afetados, indica um estudo científico da Universidade de Bonn.
Utilizando modelos informáticos do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), um grupo de biólogos alemães realizou cálculos relativos à "capacidade de riqueza de espécies" (CRS) ou a provável quantidade de espécies de plantas em áreas determinadas.
Em 13 dos 18 cenários possíveis, a capacidade de riqueza de espécies em nível mundial diminuía em média 4,9% até 2100.
No "B1", o cenário mais otimista contemplado pelo IPCC, a temperatura mundial média aumentaria 1,8 grau centígrado até 2100.
Como resultado, o CRS mundial veria um crescimento modesto de 0,3% devido ao fato de as plantas se beneficiarem de um aumento nos níveis de dióxido de carbono.
Em compensação, no "A1F1" - um cenário sombrio, mas possível -, as temperaturas poderaim aumentar 4 graus centígrados e o CRS cairia 9,4%.
As mudanças, no entanto, não ocorreriam de maneira homogênea.
O extremo norte da Terra coberto pelo permagelo poderia ficar ao descoberto graças ao aquecimento, um fato que possibilitaria que grandes zonas não habitadas do Canadá e Sibéria pudessem ser utilizadas para a agricultura.
No entanto, os desertos, as savanas, as florestas tropicais úmidas e outros habitats onde a unidade constitui a chave para a sobrevivência das espécies poderiam ser ver seriamente afetadas pela falta de água. A Floresta Amazônica seria a mais vulnerável de todas.
Uma consequência possível é que as espécies generalistas que podem se adaptar à mudança se expandiriam às custas de plantas nativas menos versáteis e que só podem sobreviver em graus de temperatura muito pequenos. Esta espécies se tornariam cada vez mais raras e poderiam desaparecer.
"Enquanto na maioria das regiões temperadas e árticas se espera um aumento da CRS, as projeções indicam uma forte queda na maioria das regiões tropicais e subtropicais", assinalou o grupo de cientistas, liderado por Jan Henning Sommer.
"Os países menos responsáveis das emissões passadas e atuais de gás carbônico teriam maiores probabilidades de sofrer perdas na CRS, enquanto os países industrializados veriam leves aumentos", indicaram os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na revista britânica Proceedings of the Royal Society B. (Fonte: G1/Ambientebrasil)
Utilizando modelos informáticos do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), um grupo de biólogos alemães realizou cálculos relativos à "capacidade de riqueza de espécies" (CRS) ou a provável quantidade de espécies de plantas em áreas determinadas.
Em 13 dos 18 cenários possíveis, a capacidade de riqueza de espécies em nível mundial diminuía em média 4,9% até 2100.
No "B1", o cenário mais otimista contemplado pelo IPCC, a temperatura mundial média aumentaria 1,8 grau centígrado até 2100.
Como resultado, o CRS mundial veria um crescimento modesto de 0,3% devido ao fato de as plantas se beneficiarem de um aumento nos níveis de dióxido de carbono.
Em compensação, no "A1F1" - um cenário sombrio, mas possível -, as temperaturas poderaim aumentar 4 graus centígrados e o CRS cairia 9,4%.
As mudanças, no entanto, não ocorreriam de maneira homogênea.
O extremo norte da Terra coberto pelo permagelo poderia ficar ao descoberto graças ao aquecimento, um fato que possibilitaria que grandes zonas não habitadas do Canadá e Sibéria pudessem ser utilizadas para a agricultura.
No entanto, os desertos, as savanas, as florestas tropicais úmidas e outros habitats onde a unidade constitui a chave para a sobrevivência das espécies poderiam ser ver seriamente afetadas pela falta de água. A Floresta Amazônica seria a mais vulnerável de todas.
Uma consequência possível é que as espécies generalistas que podem se adaptar à mudança se expandiriam às custas de plantas nativas menos versáteis e que só podem sobreviver em graus de temperatura muito pequenos. Esta espécies se tornariam cada vez mais raras e poderiam desaparecer.
"Enquanto na maioria das regiões temperadas e árticas se espera um aumento da CRS, as projeções indicam uma forte queda na maioria das regiões tropicais e subtropicais", assinalou o grupo de cientistas, liderado por Jan Henning Sommer.
"Os países menos responsáveis das emissões passadas e atuais de gás carbônico teriam maiores probabilidades de sofrer perdas na CRS, enquanto os países industrializados veriam leves aumentos", indicaram os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na revista britânica Proceedings of the Royal Society B. (Fonte: G1/Ambientebrasil)
terça-feira, março 23, 2010
Wenzel lança o livro Pampa Verde
No dia 22 de março, Dia Mundial da Água, o geólogo e secretário de Estado de Relações Institucionais, José Alberto Wenzel, lançou o seu novo livro Pampa Verde – Ecologia: ruptura, método e síntese. A obra, publicada pela Editora Padre Réus, teve a sessão de autógrafos na própria Livraria, na rua Duque de Caxias, 805, no Centro de Porto Alegre, até às 20 horas. Ao todo passaram pela sessão de autógrafos aproximadamente 300 pessoas e mais de 200 livros foram vendidos.
Na ocasião, estiveram presentes vários secretários de Estado, como o secretário do Meio Ambiente, Berfran Rosado, de Administração, Elói Guimarães, de Cultura, Mônica Leal, da Secretaria Geral de Governo, Ana Pellini, e do Chefe da Casa Militar, Cel. Marco Antonio Quevedo, os deputados estaduais Adilson Troca e Arnaldo Kney, o professor Carlos Crusius, lideranças do PSDB, representantes de estatais, presidentes de entidades, executivos de empresas, familiares e amigos. O lançamento contou também com as presenças especiais do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings e do Bispo de Bagé, Dom Gílio Felício.
Em Pampa Verde, o autor critica a forma utilizada atualmente na prática do desenvolvimento sustentado, que engessa o meio ambiente, e identifica duas situações ainda não atendidas pela luta ecológica: a falta de um método e de uma síntese ambiental.
Frente ao fracasso da COP-15, Wenzel aponta experiências gaúchas, como o cooperativismo, reduções missioneiras, Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Siga), a regionalização via Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) como caminhos sistêmicos. Ao mesmo tempo, o autor propõe um método a partir das relações que acontecem através das membranas celulares/minerais e psíquicas.
O interesse do autor na questão ambiental e nas letras não é de hoje. José Alberto Wenzel já possui outras duas obras publicadas, também na área ambiental: Ecologia Real ou Utopia Ambiental?, de 2005, e Migalha Inteira, de 2007. O secretário de Estado também possui o blog http://www.esferaambiental.blogspot.com, onde divulga suas ideias sobre o tema, provoca discussões que venham em benefício do planeta e, principalmente, oferece um espaço a todos os interessados no assunto.
Fotos aqui
segunda-feira, março 22, 2010
Lixo em Arte
Blog incrível que ensina a transformar lixo em arte. Muito bom o material ensian passo a passo como fazer para que o lixo se torne arte.
http://ateliedolixo.blogspot.com/
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Informação
domingo, março 21, 2010
Ativistas criam energia limpa com lixo eletrônico
Com um pouco de conhecimento, inventividade e muito lixo eletrônico, um grupo de ativistas desenvolveu um gerador de energia elétrica, que produz energia limpa em comunidades afastadas. Um dos principais "ingredientes" desse gerador artesanal são os ímas de neodímio encontrados em discos rígidos descartados.
Computadores são, hoje em dia, objetos altamente substituíveis. Os baixos preços e a necessidade de cada vez mais performance e desempenho para executar sistemas operacionais recentes faz com que o tempo entre a troca de computadores seja menor. Em empresas, a vida útil de um desktop costuma ser de apenas 3 anos. No entanto, mesmo que você mantenha o seu PC funcionando por mais tempo, uma hora ele ficará tão obsoleto que se tornará puro material de descarte. Um dos grandes problemas, inclusive, é a falta de política s para a reciclagem destes equipamentos.
Recentemente, a Universidade de São Paulo (USP) criou um centro de reciclagem para computadores antigos, o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática, mas a princípio ele funcionará apenas para a reciclagem intra-universidade. Em breve a USP promete que materiais oriundos de outros locais também poderão ser enviados ao CEDIR.
Enquanto as soluções oficiais não são suficientes para dar conta de tanto lixo eletrônico, um grupo de ativistas decidiu resolver parte do problema com as próprias mãos - e, de quebra, usou o material descartado para resover ainda outro. Com um bocado de paciência, alguns materiais elétricos, um punhado de ferramentas, muitos HDs quebrados e uma ex-bicicleta, eles desenvolveram um equipamento capaz de gerar energia elétrica suficiente para manter lâmpadas e tomadas funcionando.
Apesar de bastante rústica, a engenhoca obtém energia elétrica a partir de corrente induzida magneticamente, gerada por energia cinética. Parece complicado, mas não é: ímãs de neodímio, que são encontrados dentro de HDs, são presos a uma superfície circular, de dimensões semelhantes às de uma roda de bicicleta; depois, pequenas bobinas de fios de cobre são presas em outra superfície circular, fixa e de mesmo tamanho. Ao fixar uma das placas e colocar a outra para girar (presa a uma roda de bicicleta, que por sua vez é colocada em movimento por meio de uma roda d¿água), cria-se um gerador de corrente contínua, o chamado dínamo, muito parecido com seus primos comerciais, vendidos em lojas a preços não muito amigáveis.
O equipamento feito de material reciclado e lixo eletrônico é capaz de gerar cerca de 12V contínuos, a mesma tensão usada em baterias de automóveis. Um banco de baterias é continuamente recarregado pela engenhoca e, por sua vez, é conectado a um inversor em 110 V de corrente alternada ¿ o que permite usar lâmpadas e eletrodomésticos comuns.
Os ímãs de neodímio, usados no gerador artesanal, são muito mais poderosos que os ímãs tradicionais de ferrite. A título de comparação, um ímã de neodímio do tamanho de uma moeda de 25 centavos é capaz de sustentar uma peça de metal de cerca de 10 quilogramas. Eles inclusive podem machucar a valer: um cidadão descuidado ao mexer com ímãs de neodímio perdeu parte do dedo indicador na brincadeira.
Para dar continuidade ao projeto, o grupo pede doações de HDs antigos, quebrados ou queimados para aproveitar os ímãs de neodímio. O pr ocesso é artesanal e a eficiência dos geradores é baixa, mas dá conta do que se propõe. O grupo, que ainda não possui um nome nem site próprio, documentou em vídeo todo o processo em seu canal do YouTube, disponível pelo atalho tinyurl.com/p2rca-gerador. Para doar HDs usados, bem como para entrar em contato com o grupo, basta mandar um email para p2rca@yahoo.com.br.
Bactérias descontaminam água e solo
Por ser um solvente potente e não inflamável, o tetracloroetileno (PCE) começou a ser largamente utilizado em meados do século 20 em serviços de lavagem a seco, indústrias metalúrgicas, instalações militares e até em residências.
Com o tempo, entretanto, percebeu-se que o PCE havia se tornado um dos contaminantes ambientais mais frequentes, sendo encontrado em solos e em lençóis d’água e constituindo uma ameaça à saúde e ao meio ambiente.
O produto é altamente tóxico, potencialmente carcinógeno e se acumula no tecido de organismos vivos, podendo afetar o aparelho reprodutor humano. O PCE é enquadrado na família dos produtos orgânicos persistentes, devido à sua resistência à degradação.
Um estudo feito na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, e apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, mostrou a possibilidade de utilização de consórcios bacterianos para degradar o PCE.
Iniciado em 2006, o trabalho de pesquisa “Desenvolvimento de uma técnica de bioestímulo para a remediação de solo e água subterrânea contaminada com tetracloroetileno”, coordenado pelo professor Marcio Rodrigues Lambais, do Departamento de Ciência do Solo da Esalq, conseguiu alto índice de degradação do PCE (98%) em um tempo considerado bastante curto (cerca de 12 horas).
“Os resultados publicados na literatura especializada reportam taxas de degradação em torno de 80% de degradação do PCE após um período entre 15 e 20 dias”, comparou Lambais.
Um dos segredos da rapidez da descontaminação obtida pela equipe da USP está no processo utilizado, que emprega bactérias que se desenvolvem com a presença de ar. Apesar de pouco utilizado no Brasil, o método de descontaminação por bactérias aeróbias apresenta outra vantagem: a praticidade.
“Geralmente, os organismos anaeróbios [que vivem na ausência de oxigênio] são sensíveis ao ar, o que dificulta o seu manuseio e a aplicação em campo”, explicou o professor. Para desenvolver a pesquisa, o grupo localizou uma área contaminada na capital paulista, de onde retirou amostras de água para serem testadas em laboratório.
Com a água, o grupo levou também amostras de sedimento, das quais isolou as bactérias locais. Esses organismos passaram por triagem para selecionar aqueles com potencial de degradação do PCE. Os pesquisadores utilizaram espécies de Microbacterium, Stenotrophomonas, Exiguobacterium, Bacillus, Acinetobacter, Pseudomonas e Cupriavidus, dentre outras bactérias.
A utilização de microrganismos locais é importante, de acordo com Lambais, uma vez que eles já estariam adaptados ao ambiente contaminado. “Introduzir novas bactérias em um ambiente contaminado e mantê-las ativas não é uma tarefa trivial, pois as bactérias introduzidas normalmente apresentam baixa capacidade de colonização do novo ambiente e, na maioria das vezes, acabam morrendo”, afirmou.
Para contornar o problema da baixa densidade populacional de bactérias capazes de degradar o PCE, a solução foi enriquecer as comunidades microbianas locais em laboratório utilizando um reator horizontal de leito fixo (RHLF).
Bactérias locais
Os consórcios bacterianos selecionados se mostraram extremamente eficientes na degradação do produto e ainda geraram subprodutos menos nocivos durante o processo, em relação ao processo anaeróbio descrito na literatura.
“Os processos convencionais de degradação do PCE geraram cloreto de vinila, que é altamente tóxico e se dispersa facilmente na água subterrânea. Em nosso processo, em vez de cloreto de vinila foi produzido clorofórmio, que, apesar de tóxico, é facilmente biodegradado”, explicou Lambais.
A técnica de remediação utilizada pela equipe da Esalq pode ser aplicada em campo de duas maneiras: injetando a biomassa cultivada em laboratório diretamente na água ou bombeando a água contaminada para dentro do RHLF. As bactérias presentes no interior do reator eliminam o PCE da água, que pode ser devolvida limpa ao ambiente.
A utilização de um reator, segundo os pesquisadores, proporciona um controle maior da remediação e de sua efetividade. O sistema permite até ajustar as características químicas da água a fim de propiciar condições mais favoráveis para a atuação das bactérias.
Nesse sistema, as bactérias não têm contato com o ambiente externo. “Os organismos não saem do reator”, afirmou Lambais. A equipe não fez um levantamento de custos comparativo entre os dois métodos, mas a rapidez e o alto grau de limpeza alcançados coloca a técnica como uma eficiente alternativa para processos de remediação de água subterrânea contaminada.
Outras alternativas de remediação, como a extração de vapores e adsorção em carvão ativado, chegam a apresentar bons índices de retirada de contaminantes, mas o resultado é um subproduto indesejável, o qual precisa ser destinado a aterros sanitários.
“Nos processos físico-químicos de remediação, com a extração de vapores e adsorção em filtros, o PCE é retirado da água contaminada e transferido para o carvão ativado que fica contaminado, devendo ser disposto em aterros adequados”, disse Lambais. Por sua vez, a técnica de biorremediação degrada o contaminante, não deixando subprodutos tóxicos.
A equipe pretende agora detalhar bioquimicamente o processo de degradação aeróbia do PCE e identificar cada subproduto oriundo desse processo. Esse trabalho está sendo feito pelo doutorando Rafael Dutra de Armas.
Armas participa dessa pesquisa desde 2006 quando iniciou o seu mestrado, o qual contou com bolsa da FAPESP e resultou na dissertação “Caracterização da comunidade bacteriana em água subterrânea contaminada por tetracloroetano e espécies associadas com sua degradação”.
Agora, durante o doutorado, o estudante pretende identificar quais bactérias participaram do processo de degradação do PCE. “Pode ter sido um consórcio microbiano ou um só organismo o responsável pela degradação”, disse Lambais.
Essa identificação deverá facilitar futuros trabalhos de remediação e economizar tempo, uma vez que serão investidos esforços no enriquecimento somente das bactérias envolvidas na degradação.
sábado, março 20, 2010
Estudo destaca áreas protegidas como estratégia para conter mudanças climáticas
Estudo publicado hoje, que contou com a participação de cientistas de 13 instituições diferentes, entre as quais universidades e organizações de pesquisa, conclui que a proteção de áreas florestais constitui uma das estratégias mais eficazes, práticas e de efeito imediato para combater as mudanças climáticas.
Intitulado “Indigenous Lands, Protected Areas, and Slowing Climate Change” (Terras indígenas, unidades de conservação e o desaceleramento das mudanças climáticas), o estudo foi publicado no periódico científico PLoS Biology. Os autores recomendam, especificamente, que as unidades de conservação sejam incorporadas às estratégias de redução de emissões de gases de efeito estufa oriundas do desmatamento e da degradação florestal, conhecidas pela sigla REDD.
“O desmatamento é a causa de aproximadamente 15% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. Esse percentual é superior ao de todas as emissões causadas por automóveis, caminhões, trens, navios e aviões no mundo inteiro. Se não conseguirmos reduzir as emissões oriundas do desmatamento, vamos fracassar nos esforços para estabilizar o clima”, afirma Taylor Ricketts, diretor do Programa Científico do WWF-Estados Unidos e principal autor desse estudo. “Nosso artigo demonstra que criar e fortalecer terras indígenas e unidades de conservação pode ser um meio eficaz de reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, agregar vários benefícios adicionais para as populações locais e os animais silvestres”.
O estudo apresenta análises e demonstra que, desde 2002, na Amazônia Brasileira, o desmatamento foi 7 a 11 vezes menor dentro das terras indígenas e unidades de conservação (parques, estações ecológicas, reservas extrativistas e outras), em relação ao desmatamento ocorrido em áreas que não estão sob proteção oficial.
As simulações indicaram que as áreas protegidas criadas entre 2003 e 2007 foram capazes de prevenir o desmatamento de uma área estimada de 259 mil km2 até 2050. Essa área é maior do que o Estado de São Paulo e representa uma quantidade de carbono equivalente a um terço das emissões mundiais anuais de CO2. E a localização faz diferença: a eficácia das áreas protegidas na redução efetiva das emissões será maior quando as unidades de conservação estiverem em regiões onde ocorre maior pressão de desmatamento.
"Esse estudo confirma o acerto dos investimentos mundiais em áreas protegidas”, declara Gustavo A. B. da Fonseca, co-autor do estudo e Líder da Equipe de Recursos Naturais do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). “Além de proteger ecossistemas e espécies importantes no âmbito mundial, as 2.302 áreas protegidas que contam com o apoio do GEF cobrem uma extensão de 634 milhões de hectares e, juntas, servem de depósito para nada menos do que 30 bilhões de toneladas de CO2".
Negociações internacionais
As políticas internacionais de compensação da redução de emissões oriundas do desmatamento e da degradação florestal (REDD) para nações com grandes áreas de florestas são objeto de intensas negociações. Para ter acesso aos fundos de compensação, os países em desenvolvimento terão que desenvolver programas e instituições capazes de reduzir as emissões por desmatamento.
“As unidades de conservação representam um componente valioso dos programas nacionais de REDD, pois já dispõem da infraestrutura e das instituições necessárias para utilizar os fundos, fortalecer a proteção e gerar resultados”, declarou Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil. “A criação de unidades de conservação geralmente torna mais claras questões relativas à propriedade da terra e aos direitos a créditos de carbono a ela associados, que têm sido motivo de impasse em algumas negociações”.
O estudo também avalia que os custos de criação e do aperfeiçoamento da gestão e manejo das unidades de conservação é inferior ao de outras alternativas para reduzir as emissões oriundas do desmatamento. Para completar uma rede robusta de áreas protegidas no mundo em desenvolvimento e fazer a gestão da mesma seria preciso dispor de US$ 4 bilhões anuais. Essa quantia equivale a aproximadamente um décimo do capital disponível para as políticas internacionais de REDD.
Segundo o estudo, as nações florestais podem fortalecer o papel das áreas protegidas em suas estratégias de REDD com as seguintes medidas:
• Identificar onde as terras indígenas e as unidades de conservação poderiam ser mais eficazes para reduzir os índices de desmatamento e suas emissões associadas;
• Instituir um monitoramento nacional para medir os índices de desmatamento e quantificar as reduções de emissões de carbono;
• Criar mecanismos de seguro contra a extração ilegal de madeira e os incêndios florestais;
• Suprir os povos indígenas e comunidades locais com as informações e capacitações necessárias para que eles possam participar;
• Adotar a transparência nos pagamentos feitos para compensar quem é responsável pela redução de emissões.
sexta-feira, março 19, 2010
Combustível verde para satélite
Agência FAPESP – Na hora de encher o tanque de combustível de um veículo espacial, os técnicos têm que vestir capacetes e roupas protetoras que os deixam parecidos com astronautas. A precaução é necessária por causa do combustível utilizado em satélites ou sondas, a hidrazina.
Por conta disso, a Agência Espacial Europeia (ESA) está buscando um substituto para o combustível, que seja menos perigoso e também mais limpo. O projeto, conduzido junto com o Grupo de Corporações Espaciais da Suécia, envolve também o desenvolvimento de propulsores que funcionem com o novo tipo de propelente.
Usado primeiramente em foguetes da Luftwaffe, na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, a hidrazina continua o principal combustível para corrigir órbitas e realizar manobras em veículos no espaço. A hidrazina tem propriedades muito valiosas para os cientistas espaciais, como a capacidade de se inflamar facilmente quando em contato com um agente oxidante.
Mas o propelente é altamente corrosivo e extremamente tóxico. Quando liberado no ambiente se degrada em alguns dias, mas tem o potencial de causar danos a plantas e à vida marinha. Uma exposição de apenas 50 partes por milhão já é considerada potencialmente perigosa a humanos.
A ESA já chegou a uma alternativa, que vem sendo testada. Denominado LMP-103S, o combustível é baseado em dinitramida de amônio (ADN), misturado a metanol (álcool metílico), amônia e água.
“O ADN tem um rendimento 30% superior ao da hidrazina e é muito menos tóxico. Ele é mais seguro para ser transportado e dispensa o uso de vestimentas especiais para a sua utilização”, disse Mark Ford, chefe da divisão de engenharia de propulsão da ESA.
“Mas é bom ressaltar que nenhum combustível de foguete jamais será tão inofensivo como a água. Além disso, sabemos que não vamos substituir a hidrazina completamente, mas esperamos oferecer uma alternativa aceitável para a indústria espacial”, destacou.
Segundo Ford, ao reduzir os riscos pela troca por um combustível mais seguro além de mais limpo, as missões teriam seus orçamentos reduzidos. “Os satélites poderiam sair da fábrica já com tanques cheios. Atualmente, eles são abastecidos nas plataformas de lançamento, na última hora, por motivos de segurança”, disse.
Os engenheiros da ESA pretendem utilizar o novo combustível no lançamento de um satélite sueco Prisma ainda este ano. O combustível também está sendo considerado para a missão Proba-3, que tem como um de seus objetivos justamente testar novas tecnologias espaciais.
quarta-feira, março 17, 2010
O Aqüífero Guarani
O Aqüífero Guarani é um extenso reservatório de águas subterrâneas subjacente a quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Suas águas ocorrem preenchendo espaços (poros e fissuras de rochas que se convencionaram denominar guarani. As rochas do guarani constituem-se de um pacote de camadas arenosas que se depositaram na bacia sedimentar do Paraná ao longo do Mesozóico (períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior) – entre 200 e 132 milhões de anos.
A espesura das camadas varia de 50 a 800 metrosem profundidades que podem atingir 1800 metros. Dado o gradiente geotérmico, suas águas podem atingir temperaturas elevadas, em geral de 50ºC a 85ºC .
A arquitetura arqueada para baixo do pacote sedimentar que constitui o Aqüífero Guarani é resultante da pressão dos derrames de lavas basálticas sobre eles depositados, da ativação de falhamentos e arqueamentos regionais e do soerguimento das bordas da bacia sedimentar do Paraná.
O Aqüífero Guarani é talvez o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná – Brasil Paraguai e Uruguai – até a Bacia do Chaco – Paraná na Argentina, principalmente. Está localizado no centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste.
O termo Aqüífero Guarani é a denominação formal dada ao reservatório transfronteiriço de água subterrânea doce, formado pelos sedimentos fluvio-lacustres do período Triássico (245 – 208 milhões de anos) – formações Pirambóia e Rosário do Sul no Brasil, Buena Vista no Uruguai; e sedimentos eólicos desérticos do período Jurássico (208 – 144 milhões de anos) – formações Botucatu no Brasil, Misiones no Paraguai e Tacuarembó no Uruguai e Argentina, (Rocha, 1997). Esta denominação unificadora foi dada pelo geólogo uruguaio Danilo Anton em homenagem à nação Guarani que habitava essa região nos primórdios do período colonial. Vale salientar que este sistema aqüífero foi primeiramente denominado de Aqüífero Gigante do Mercosul, por ocorrer nos quatro países participantes do referido acordo comercial (Araújo et al.,1995).
O Aqüífero Guarani tem extensão total aproximada de 1,2 milhões de km², sendo 840 mil km² no Brasil, 225,500 mil km² na Argentina, 71,700 mil km² no Paraguai e 58,500 km² no Uruguai. A porção brasileira integra o território de oito Estados: MS (213.200 km²), RS (157.600 km²), SP (155.800 km²), PR (131.300 km²), GO (55.000 km²), MG (51.300 km²), SC (49.200 km²) e MT (26.400 km²).
As reservas permanentes de água são da ordem de 45.000 km³ (ou 45 trilhões de metros cúbicos), considerando uma espessura média aqüífera de 250m e porosidade efetiva de 15%, e correspondem à somatória do volume de água de saturação do Aqüífero mais o volume de água sob pressão.
As reservas explotáveis do Aqüífero correspondem à re carga natural (média plurianual) e foram calculadas em 166 km³/ano ou 5 mil m³/s, e representa o potencial renovável de água que circula no Aqüífero. A re carga natural ocorre segundo dois mecanismos: por meio de infiltração direta das águas de chuva na área de afloramento; e, de forma retardada, em parte da área de confinamento, por filtração vertical (drenança) ao longo de descontinuidades das rochas do pacote confinante, onde a carga piezométrica favorece os fluxos descendentes.
Sob condições naturais, apenas uma parcela das reservas reguladoras são passíveis de explotação. Em geral, esta parcela é calculada entre 25% e 50%(Rebouças, 1992) das reservas reguladoras ou de 40 a 80 km³/ano. Este volume pode aumentar dependendo da adoção de técnicas de desenvolvimento de aqüíferos hoje disponíveis.
Entretanto, os estudos deverão ser aprofundados para definir a taxa de explotação sustentável das reservas, uma vez que as retiradas somadas às des cargas naturais para rios e oceano não poderão ser superiores às taxas de re cargas naturais.
A combinação da qualidade da água ser, regra geral, adequada para consumo humano, com o fato do aqüífero apresentar boa proteção contra os agentes de poluição que afetam rapidamente as águas dos rios e outros mananciais de água de superfície, aliado ao fato de haver uma possibilidade de captação nos locais onde ocorrem as demandas e serem grandes as suas reservas de água, faz com que o Aqüífero Guarani seja um manancial mais econômico, social e flexível para abastecimento do consumo humano na área.
A população atual do domínio de ocorrência do Aqüífero Guarani é estimada em 15 milhões de habitantes. Um importante alcance social e econômico das águas subterrâneas da Bacia Sedimentar do Paraná e do Aqüífero Guarani em particular, resulta do fato de estas poderem ser consumidas, em geral, sem necessidade de serem previamente tratadas, tendo em vista os mecanismos de filtração e autodepuração bio-geoquímica que ocorrem no subsolo. Aspectos relativos ao desenvolvimento e uso das funções do aqüífero são ainda inscipientes. Dentre estes usos destaca-se o uso energético em balneários e indústrias agropecuárias. O uso da energia termal de suas águas poderá resultar em economia de quilowatts ou na cogeração de energia elétrica.
Vale ressaltar, que o principal fator de risco da utilização das águas subtarrâneas resulta do grande número de poços rasos e profundos que são construídos, operados e abandonados sem tecnologia adequada, devido à falta de controle e fiscalização nas esferas federal, estaduais e municipais. Nesse quadro, a poluição dos aqüíferos superiores – que ocorre, local e ocasionalmente, tanto no Brasil, Paraguai, Uruguai ou Argentina – poderá contaminar a água que é extraída dos poços profundos que captam do Aqüífero Guarani, até mesmo quando estão localizados nos seus setores confinados.
O Projeto Aqüífero Guarani objetiva a formulação de um marco legal e institucional para a gestão dos recursos do aqüífero. Desta forma, deverá contribuir significativamente para o avanço dos conhecimentos técnicos e científicos que embasarão o modelo de gestão conjunta a ser desenvolvido pelos países.
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Instituto Amanhã lança Guia da Sustentabilidade
Publicação será um instrumento de consulta permanente
O Instituto Amanhã promove, em São Paulo, o lançamento do ‘Guia da Sustentabilidade – O futuro pede água’. O evento ocorreu ontem no Auditório Tauzer Quinderé, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Organizado na forma de verbetes, o guia é um instrumento de consulta permanente para empreendedores e profissionais que precisam dominar os principais conceitos e ferramentas da gestão sustentável.
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segunda-feira, março 15, 2010
Entrevistas: Comando da Cidade
Estarei hoje as 19h no Programa COMANDO DA CIDADE com o Luiz Braz. Sintonize na Tv aberta no canal 55 e na NET no canal 11, falando do lançamento do Livro PAMPA VERDE.
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Dia a dia
Paraísos Ecológicos: Lagoa do Peixe
Restaurante para os pássaros do continente
Imagine um enorme restaurante, aberto com qualquer tempo e a qualquer hora. Isto é o que a Lagoa do Peixe é para os pássaros, vindos tanto da Patagônia como das proximidades do Círculo Polar Ártico, do outro lado do mundo. Visitar esse lugar é a oportunidade para conhecer um lugar muito bonito e quase inexplorado, e de encontrar, entre outras aves, os belíssimos flamingos.
A Lagoa do Peixe está situada no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, que tem uma área total de 34,3 mil hectares, na estreita faixa situada entre o mar e a Lagoa dos Patos, no litoral sul do Rio Grande do Sul. Tem um comprimento aproximado de quarenta quilômetros, e um perímetro de cerca de 160 quilômetros, incluindo, na verdade, uma sucessão de pequenas lagoas (cerca de dez), interligadas por estreitos canais, abrangendo áreas dos municípios de São José do Norte, Tavares e Mostardas.
A sua largura não ultrapassa mil metros, sendo cercada, do lado da costa, por dunas com areias movediças, e do lado da lagoa dos Patos por banhados, campos e mais dunas. Sua profundidade atinge no máximo oitenta centímetros quando é maior o acúmulo de águas, o que acontece geralmente durante o inverno e a primavera.
Durante a maior parte do ano, é uma lagoa de água salgada. Mas, quando chove bastante, suas águas ficam salobras. Essa mesma chuva, entretanto, faz com que o quadro termine por se inverter. O grande volume de águas na lagoa rompe a pequena barra de menos de cem metros que a separa do mar, e abre-se um canal que permite a comunicação com a água do mar.
Durante a maré alta e nos dias de vento sul, a água do mar entra na lagoa. Como está acima do nível do mar cerca de sessenta centímetros, quando o nível das águas se reduz, a água salgada fica retida. E a lagoa fica hipersalina, à medida que a água vai evaporando.
E é nessa dança entre mar e lagoa que está o grande atrativo para as aves. Pois com as águas do mar, entram também na lagoa milhares de moluscos e algas. Quando as águas ficam baixas, principalmente na primavera e até o início do verão, fica fácil, para as aves, capturar moluscos no seu fundo lodoso.
É justamente nessa época que chegam milhares de aves do Hemisfério Norte, entre elas inúmeras espécies de maçaricos, o trinta-réis e diversas batuíras. Essas aves procriam nas partes mais frias da América do Norte, e migram para o sul durante o inverno boreal, seguindo, algumas delas, até o sul da Argentina.
Não é uma viagem fácil. São trechos de quinze a vinte mil quilômetros, sem escala, voando dia e noite. Com isso, as aves queimam qualquer reserva de gordura que tenham. E, quando chegam na lagoa do Peixe, precisam comer continuamente, para recompor suas forças e seguir para a Argentina. No início do outono, quando voltam para a América do Norte, uma nova parada irá garantir as forças necessárias para a viagem. Em ambas as paradas, comem o máximo que conseguem, dia e noite. É uma visão impressionante, grupos de dez a doze mil maçaricos procurando, avidamente, por seu alimento. É por isto que alguns moradores da região costumam brincar, dizendo que ali está "o maior restaurante de beira de estrada do mundo".
Mas o restaurante de beira de estrada também recebe visitantes mais "nobres", cujas penas são um dos enfeites preferidos dos barões e duques do carnaval. São os flamingos, que estão na lagoa durante o inverno, chegando em meados de maio e ficando até o final de julho.
Muito antes de se falar em Mercosul, esses pássaros já praticavam a integração. Eles vêm das regiões mais frias do sul da Argentina, ou de regiões próximas aos Andes, inclusive do Chile. Eles preferem ficar defronte à barra da lagoa, onde as águas são muito rasas, tornando fácil a captura de moluscos. Esse é o único ponto do estado onde ocorrem em grandes bandos. Com sua plumagem rosa avermelhada, em grupos formados por centenas de indivíduos, parecem uma pintura impressionista ao nascer ou pôr-do-sol.
Mas, quando se alimentam, deixam de ter qualquer aspecto poético e passam a ser muito engraçados. Eles encostam o bico na areia, e giram em volta dele caçando os moluscos com as patas.
Como chegar
De Porto Alegre a Tavares, defronte à Lagoa do Peixe, são 226 quilômetros. Para quem vai iniciar a viagem na Capital, a melhor alternativa é seguir pela RS-040 até a localidade de Capivari, num total de 75,5 quilômetros. A partir dali, segue-se pela antiga Estrada do Inferno (atualmente BR-101) até Mostardas e Tavares, num total de 150,5 quilômetros (clique aqui para ver um mapa). Em Mostardas, uma boa oportunidade - comprar um dos famosos cobertores e ponchos de Mostardas, feitos com lã e de forma artesanal, capazes de resistir ao mais duro minuano.
Em Mostardas há a opção de se pegar uma estrada secundária e seguir pela praia até a Lagoa. Também se pode ir até Tavares, situada cerca de 30 quilômetros depois de Mostardas, e de lá ir até à Lagoa, a poucos quilômetros. Se a coragem for muito grande e para quem tem um carro alto com tração nas quatro rodas, dá para continuar a viagem pela Estrada do Inferno, depois de visitar a Lagoa do Peixe, até São José do Norte e de lá passar para Rio Grande.
No entanto, atenção. Nesse trecho - Tavares até São José do Norte - não há propriamente uma estrada. O que há são caminhos entre as dunas. Quem não quiser passar horas atolado, terá que ter um veículo adequado. Mas a paisagem é inesquecível. Especialmente quando as cinésias - pequenas margaridas amarelas - cobrem as dunas, formando um tapete amarelo.
Crédito da Foto: Renato Grimm
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Paraísos Ecológicos do RS
Elas estão de olho. E nós também
Campanha de concientização na Cidade de Natal (RG), tentam pegar as pessoas pela veia cômica sem deixar de concientizar. Muito bom.
Tive conhecimento dessa informação através do blog de meio ambiente do Diário de Pernambuco é um projeto da Prefeitura de Natal, que iniciou uma intervenção urbana bem engraçadinha e que deve render bons resultados.
Vinte olhos foram espalhados por árvores da cidade. Em um pequeno cartaz, instalado abaixo das plantas, está a explicação para a brincadeira:
“Elas olham por você há anos. Olhe por elas agora”.
( http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente/?p=2543 )
( http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente/?p=2543 )
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sexta-feira, março 12, 2010
Wenzel entrega convite de lançamento de seu livro à Yeda
O secretário de Estado de Relações Institucionais e geólogo, José Alberto Wenzel, entregou nesta quinta-feira, dia 11, o convite do lançamento do seu novo livro Pampa Verde à governadora Yeda Crusius. A obra, publicada pela Editora Padre Réus, será lançada no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, na sede da Livraria, rua Duque de Caxias, 805, das 17 às 20 horas.
Em Pampa Verde, o autor critica a forma utilizada atualmente na prática do desenvolvimento sustentado, que engessa o meio ambiente, e identifica duas situações ainda não atendidas pela luta ecológica: a falta de um método e de uma síntese ambiental.
Frente ao fracasso da COP-15, Wenzel aponta experiências gaúchas, como o cooperativismo, reduções missioneiras, Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Siga), a regionalização via Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) como caminhos sistêmicos. Ao mesmo tempo, o autor propõe um método a partir das relações que acontecem através das membranas celulares/minerais e psíquicas.
O interesse do autor na questão ambiental e nas letras não é de hoje. José Alberto Wenzel já possui outras duas obras publicadas, também na área ambiental: Ecologia Real ou Utopia Ambiental?, de 2005, e Migalha Inteira, de 2007.
Fotos da entrega: "Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler"
Ontem à noite estive em Nova Petrópolis, na entrega do "Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler". Foi um evento muito bonito, principalmente por homenagear empresas que preservam o meio ambiente. O encontro foi apresentado pelo amigo jornalista Lasier Martins e organizado pela Revista Ecologia Meio Ambiente - RS. Tive a oportunidade de entregar o mérito a duas empresas: a Sil Soluções Ambientais e a CCL. Na premiação, estava presente a neta do ambientalista Henrique Luiz Roessler, homem que justificadamente deu nome ao prêmio. Como seu avô, ela tem na alma a preservação ambiental. Fez um discurso inspirador e inspirado, lendo inclusive trecho do livro que escreveu sobre seu "vovô", como ela se refere ao ambientalista. Foi um grande prazer estar presente nesse evento e ver tantos e queridos amigos da área ambiental.
Troféu entregue aos Agraciados
Entregando o prêmio para a empresa Sil
Entregando o prêmio para a empresa CCL
Convidando a neta do ambientalista Henrique Luiz Roessler para o lançamento do Livro PAMPA VERDE
quinta-feira, março 11, 2010
Aproximação entre universidades e comunidades constrói soluções para o desenvolvimento sustentável e geração de renda
Grupo Santander Brasil divulga os projetos vencedores do Concurso Banco Real Universidade Solidária
São Paulo, 11 de março – Os dez projetos sociais selecionados pelo comitê avaliador da 12ª edição do Concurso Banco Real Universidade Solidária serão desenvolvidos por instituições de ensino superior no Brasil com apoio do Grupo Santander Brasil e do UniSol. As iniciativas visam ao desenvolvimento sustentável com ênfase em geração de renda em comunidades próximas às universidades e foram premiados dentre os 180 projetos inscritos no Concurso. Em 2010, cada um receberá R$ 40 mil, além do apoio e acompanhamento técnico. Após um ano, os projetos poderão receber novo aporte de recursos para execução de ações complementares.
Os projetos selecionados neste ano envolvem desde a qualificação para produção de alimentos, comercialização de produtos agrícolas e beneficiamento de matéria-prima vegetal, até a organização da atividade de catadores de material reciclável e o desenvolvimento de projetos de agricultura e turismo ecológico.
Alunos e professores da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, em Bauru-SP, por exemplo, desenvolverão projeto com a comunidade do assentamento rural Horto de Aimorés para o plantio, processamento e beneficiamento do bambu para sua comercialização no comercio local. Outro exemplo vem do município de Seropédica-RJ, onde alunos e professores da Universidade Federal Rural do Rio Janeiro atuarão na capacitação em processamento de frutas e vegetais junto aos pequenos e médios produtores locais para assegurar a padronização e a qualidade de alimentos orgânicos. Já a Universidade Federal de Ouro Preto desenvolverá no município de Monte Formoso-MG o projeto de fortalecimento da agricultura familiar e da piscicultura no Vale do Jequitinhonha. Os projetos selecionados estão distribuídos em nove Estados.
O formato diferenciado do Concurso Banco Real Universidade Solidária, que promove a interação entre o mundo acadêmico e a comunidade, contribui também para a formação cidadã de futuros profissionais. Participando em grupos multidisciplinares, os estudantes universitários podem rever e trabalhar sistematicamente na construção de soluções locais de desenvolvimento sustentável e comunitário, associando valores de cidadania e de responsabilidade social a seu aprendizado.
“O Grupo Santander Brasil acredita que a educação é a principal ferramenta para construir um mundo sustentável. Por isso, investe no Ensino Superior, integrando universidades capazes de produzir conhecimento e formar indivíduos para uma sociedade mais equilibrada e melhor”, comenta Laura Oltramare, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Grupo Santander Brasil.
Em quatorze anos de atuação, o Concurso Banco Real Universidade Solidária já mobilizou 94 instituições de ensino superior, 1.340 estudantes, 178 professores e beneficiou direta e indiretamente mais de 4 mil pessoas em todo Brasil. A partir da interação entre o conhecimento acadêmico e o popular, comunidades de baixa renda vem desenvolvendo o seu protagonismo e autonomia, integrando os cuidados ambientais e criando condições para que o incremento de renda e a melhoria da qualidade de vida tenham impacto em longo prazo.
Conheça os dez projetos apoiados que estarão reunidos em Atibaia, São Paulo, de 18 a 19 de março para integrar as ações que serão realizadas em 2010:
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/RS
Projeto para qualificação do Grupo Mundo Mais Limpo - aproveitamento de resíduos na elaboração de produtos de limpeza e higiene
Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP/MG
Projeto Jequitinhança: Fortalecimento da agricultura familiar e da piscicultura no município de Monte Formoso, Vale do Jequitinhonha (MG)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/RJ
Projeto: Capacitar em processamento de alimentos, com ênfase em frutas e vegetais orgânicos, visando à sustentabilidade e a geração de renda da Agricultura familiar
Universidade Federal do Amazonas/AM
Projeto: Ecoturismo e Cultivo de peixe, visando à segurança alimentar, renda e preservação ambiental das REDES-Tupé.
Universidade Federal Rural da Amazônia/PA
Projeto: Linha do Leite de Cabra – produtos derivados do leite de cabra é proposta como alternativa de trabalho e renda para a comunidade de Igarapé-açu.
Universidade Federal de Alagoas/AL
Projeto: Pontos Verdes – organização dos catadores de resíduos sólidos e o programa municipal Arapiraca cada vez mais limpa.
Universidade Federal do Piauí/PI
Projeto: Programa de Ação Universitária Multidisciplinar para o desenvolvimento sustentável e cidadania do assentamento Cajueiro do município de Parnaíba/PI.
Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”/SP
Projeto: Projeto Bambu Aimorés. A partir dos conhecimentos adquiridos ao longo dos últimos anos na UNESP de Bauru (SP) sobre os usos do bambu e as técnicas para o seu processamento e beneficiamento, promover a sustentabilidade no assentamento rural Horto de Aimorés
Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte/RN
Projeto: Consolidação da Associação de Mulheres Maricultoras de Pitangui. - instrumentalização e capacitação profissional em dermocultura.
Universidade Federal de Uberlândia
Projeto: Leite a pasto - melhoria na produção, renda e consolidação das Cooperativas Agropecuárias do Triângulo Mineiro
(Imprensa Santander)
(Imprensa Santander)
quarta-feira, março 10, 2010
Artigo: Lagoa Azul
Por ser do hábito das pessoas veranear nas praias do Litoral Norte, entre Quintão e Torres, ou nas situadas bem ao Sul do Estado, que são alcançadas pela BR-116, pouco se conhece de uma faixa litorânea situada entre a Laguna dos Patos e o Oceano Atlântico. À beleza natural da paisagem, acrescente-se a constituição de santuários ecológicos que por ali se distribuem e interconectam.
Na região costeira, oceano e terra se encontram, o doce e o salgado se misturam, as dunas se movem ao soprar dos ventos, a vida em todos os seus aspectos ali viceja e nidifica transbordando para o mundo.
Um desses exemplos costeiros é o da Lagoa Azul, no município de Mostardas. Para quem vem de Porto Alegre, é preciso se dirigir a Viamão, pela RS-040, até chegar a Capivari do Sul, quando pela BR-101 se chega à localidade de Bacopari. Da BR-101, alcança-se a Lagoa Azul, por uma estrada vicinal, que se estende por 5 quilômetros .
As águas da Lagoa Azul são cristalinas, tanto que os moradores dizem ser água mineral. Raramente se verá águas tão límpidas quanto aquelas. Da lagoa, é possível se chegar ao mar, por caminhos arenosos, deixando à amostra belas dunas a sua direita.
Ficar observando as águas azuis, banhadas pelo sol do final da tarde, ou do amanhecer, é um espetáculo inesquecível.
A Lagoa Azul, como a do Peixe e tantas outras, merece uma visita devocional. Não há como não venerar tal natureza.
Na Lagoa Azul o firmamento não está lá em cima, além das nuvens. O céu inverte-se nas águas cristalinas bordadas por areias brancas. Não há como não ouvir sereias entoando o hino da natureza mãe. Não é miragem, a Lagoa Azul existe.
Que nossos netos e netas possam vivenciar dessa paisagem.
terça-feira, março 09, 2010
C O N V I T E: Lançamento do Livro Pampa Verde
Ao cumprimentá-lo (a) cordialmente, tenho a satisfação de convidá-lo (a) para o lançamento do livro “Pampa Verde”, de minha autoria e produzido pela Editora Padre Reus, na data em que se comemora o Dia Mundial de Água.
Você é convidado (a) muito especial!
Dia: 22/março/2010
Horário: das 17 às 20h
Local: Livraria Padre Reus
Endereço: rua Duque de Caxias, 805, Centro, Porto Alegre
“O autor nos traz a questão ecológica, suas implicações sociais, a dimensão econômica que perpassa as relações entre povos e nações, o jogo de forças e de poder que subjaz a esta questão.” Attilio Hartmann sj
Você é convidado (a) muito especial!
Dia: 22/março/2010
Horário: das 17 às 20h
Local: Livraria Padre Reus
Endereço: rua Duque de Caxias, 805, Centro, Porto Alegre
“O autor nos traz a questão ecológica, suas implicações sociais, a dimensão econômica que perpassa as relações entre povos e nações, o jogo de forças e de poder que subjaz a esta questão.” Attilio Hartmann sj
domingo, março 07, 2010
Brasil é campeão em e-lixo
Entre os países emergentes, o Brasil é o campeão na produção de lixo eletrônico per capta a partir de computadores. E o pior, não temos estratégia para resíduos. A denúncia é do PNUMA, o programa de Meio Ambiente das Nações Unidas. No mundo, cerca de 40 milhões de toneladas de lixo por ano são geradas entre PCs, celulares, impressoras, geladeiras e TVs.
O recado vale, principalmente, para a indústria e para nós, que cedemos à ela. Por isso, reflitam na hora de trocar de celular, de computador e etc. Vale pagar um pouco mais por um produto menos descartável e reduzir a quantidade de lixo gerada.
fonte: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente/?p=5061
sábado, março 06, 2010
Danceteria Ambiental
Aproveitando o sábado, dia em que muitas pessoas saem para se divertirem, trago essa notícia que li na internet: Imagine uma danceteria que opera com a energia gasta dos frequentadores! A ideia é de um grupo de holandeses. Abaixo, segue a ilustração feita pelo portal Planeta Sustentável.
sexta-feira, março 05, 2010
Medalhas de lixo em Vancouver
As olimpíadas de inverno, em Vancouver (Canadá), deram um lição de sustentabilidade. É que além de bonitas, as medalhas foram confeccionadas com metal retirado do e-lixo, e-waste ou lixo eletrônico. Dessa maneira, a competição está chamando a atenção para esse diferente e perigoso entullho que só faz crescer.
Só nos EUA a estimativa é que existam mais de um milhão de toneladas métricas de lixo eletrônico no meio ambiente. E o problema é global. Já pensou quanto e-lixo não tem no Japão?
fonte: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente/?p=5010
quinta-feira, março 04, 2010
Paraísos Ecológicos: Estação Ecológica do Taim
A vida no paraíso
Escuta-se o grito ao longe: é alto e estridente. O do macho corresponde mais ou menos a tahã, enquanto o da fêmea é mais compreensível -- tahim, tahim.
Tachã, é a sua denominação geral. Embora alguns digam que os primeiros exemplares migraram do Uruguai, esta teoria não tem unanimidade. Essa ave, pouco maior que uma galinha, mas imponente e arisca, é da própria região. Dos banhados do Taim, cuja denominação teria se originado do grito da fêmea.
A outra versão para a origem do nome desses banhados vincula-se a seus antigos ocupantes, os índios. Contam as lendas que havia uma deusa, de nome Itaí, que, popularizado, terminou se transformando em Taim.
Cadeia Alimentar
A Estação Ecológica do Taim é estratégica para o equilibrio ambiental em todo o continente. Os seus banhados são utilizados para alimentação e reprodução de aves tanto do Hemisfério Norte quanto do extremo-sul da América. Veja por que aves de vários pontos do continente procuram o Taim:
O lôdo, limo e algas dos banhados e lagoas, servem de alimentação para um caramujo conhecido como pomácea. Este caramujo, por sua vez, serve de alimento para diversas aves, como o marrecão, que vem, a exemplo do cisne-do-pescoço-preto, dos lagos gelados da Patagônia. E também a alguns mamíferos.
As aves, que também se alimentam de pequenos peixes das lagoas e até dos filhotes de capivaras e ratões do banhado (caso do gavião carcará), servem, por sua vez, de alimento para outros animais, entre os quais o gato palheiro, graxaim, mão-pelada, que disputam o mesmo espectro de animais com outros carnívoros, como o furão, zurrilho, jacaré-do-papo-amarelo, os gaviões cara-cara, chimango do mangue e com o corujão e a coruja branca de igreja, entre outros.
As Aves do Taim
Com seus ecossistemas muito equilibrados, o Taim é, em todo o sul do país, um dos lugares mais importantes para a preservação da flora e da fauna do continente.
Num cadastramento realizado nos anos de 1985 e 1986 pelas Universidades Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e de Santa Maria e a Fundação Zoobotânica, verificou-se que vivem em seus banhados e campos ao menos 211 aves, das quais 50 migratórias. Dessas, 10 procediam do sul do continente, entre flamingos, marrecas, passarinhos diversos, o gavião cinza e o cisne-do-pescocó-preto.
Do Hemisfério Norte (Canadá e Estados Unidos), procediam 27: falcão peregrino (que percorre longas distâncias pelo mundo afora), diversos maçaricos, gaviões e a marreca colorada, além de tesourinhas e cinco espécies de andorinhas.
Foram encontrados ainda 59 répteis, incluindo jacarés (sendo mais popular o do papo amarelo), cobras, lagartos e minhocões; 26 anfíbios (sapos, rãs, pererecas e outros); 37 mamíferos, como as capivaras ou capinchos, ratões, preás, gambás e outros roedores; e mais 50 variedades de peixes.
Os peixes do Taim
O peixe-rei, jundiá, viola, um tipo de tainha que somente ocorre na lagoa Mangueira, que chega a ter quinze quilos; e a traíra, que chega a cinco e seis quilos (um peso excepcional para um peixe como esse), são os principais peixes do Taim.
Como é uma região sem nascentes de águas (as águas das chuvas são escoadas para as lagoas através dos banhados e canais das fazendas), na época da piracema alguns tipos de peixes como o curimatá, branca ou tambico (carnívoro e que come os demais), lambaris e algumas traíras, sobem os canais por onde a água das chuvas ou das lavouras de arroz é escoada para as lagoas, e terminam morrendo nos campos, onde os banhados acabam.
Por algumas vezes tentou-se colocar esses peixes em sacos, devolvendo-os às lagoas, mas o resgate foi inútil, porque o processo era repetido. A seleção natural, nesses casos, tem como instrumento o próprio instinto que procura assegurar a sobrevivência da espécie; esses peixes fazem a piracema, subindo a correnteza até as nascentes, para exercitar-se, procurando amadurecer a ova antes de seu lançamento nas águas, para o nascimento dos alevinos. Como não existem nascentes, eles ficam presos nos banhados rasos, como se estes fossem uma rede. Somente alguns conseguem voltar, e outros procriam nas próprias lagoas, o que garante a grande piscosidade de suas águas.
Os capões
Embora predominem os campos e os banhados, também existem no Taim alguns capões de mata natural e de eucaliptos. Nesses capões, a vegetação de maior porte é acompanhada de orquídeas, bromélias, líquens, musgos, além de fruteiras como o araçá, pitanga e a figueira.
Pássaros pequenos, como o príncipe, cardeal e a pomba, vivem ali, onde o graxaim e as cobras também fazem suas tocas e procriam.
Outros animais, como o gato do mato, percorrem essas áreas. Infelizmente, onde se vê muito gato do mato, uma espécie em extinção, é na beira da rodovia asfaltada BR-471, que liga Rio Grande ao Chuí: mortos, atropelados pelos carros, que normalmente passam em alta velocidade.
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