sexta-feira, janeiro 29, 2010

Pelo Rio Grande

Hoje estive na região de Sobradinho, Estrela Velha e Campos Borges. Região de belezas naturais incríveis. Trago muitas informações de lá e até segunda-feira irei compartilhar com vocês na seção Municípios Verdes. Há muito o que se falar daquela parte do Rio Grande!!

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Poupe Árvores

A cada 28 toneladas de papel reciclado evita-se o corte de um hectare de floresta (uma tonelada evita o corte de 30 ou mais árvores). fonte: WWF Brasil

Município Verde – Sede Nova

Sede Nova fica no Noroeste do Rio Grande do Sul. Tem uma área de 118,52 quilômetros quadrados e fica a 375,34 quilômetros da Capital gaúcha. A cidade tem uma população de 2.996 habitantes, conforme estimativa do IBGE de 2009..

É um município que tem a sua economia baseada na produção rural, com destaque para a viticultura. Sede Nova vem trabalhando para que o turismo rural seja implementado com respeito ao meio ambiente. A cidade oferece visitas a vinícolas, balneários e outros atrativos turísticos ambientais, como cascatas, rio, arroios e árvores centenárias na praça da cidade.

Destaque Ambiental – O agricultor José Nelson Nunes trabalha desde os 9 anos com a criação agroecológica de Jataí, um tipo de abelha sem ferrão. Ele conta que desde o ano de 2002 reforçou sua criação e hoje possui mais de 200 colméias, que produzem mais de 180 quilos de mel por ano, sempre de maneira ecológica. Por suas abelhas não terem ferrão, ele as cria em torno de sua casa e até mesmo na área. “Assim me facilita o serviço e convivo com minhas abelhas”, disse o produtor.

Ele ainda conta que essa abelha é natural do RS e que muito poucos apicultores trabalham com esse tipo de inseto. O mel produzido por elas tem grande capacidade no uso terapêutico, como em xaropes, remédios e cicatrizantes e, ainda, é muito usado para consumo humano. “Tem que ver que delícia fica num pão caseiro”, afirmou Nunes.

Carência Ambiental: – Existe um problema de falta de mata ciliar ao longo do recurso hídrico Lajeado Grande, e na cidade há carência de rede de coleta e tratamento de esgoto.

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Município Verde - São Leopoldo

São Leopoldo é um município que pertence à mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e à microrregião de Porto Alegre e está situado a 28 quilômetros da capital gaúcha. Tem área de 102,313 quilômetros quadrados e população de 211.663 habitantes, segundo dados do IBGE de 2009.


O município possui um diversificado parque industrial globalizado, além de expressivo setor comercial e de serviços. Há diversas multinacionais instaladas na cidade, como as alemãs Stihl, SAP, Ensinger e Gedore. Situa-se também na cidade o maior polo de informática do estado do Rio Grande do Sul, vinculado à Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

A cidade é cortada pelo rio dos Sinos, que a abastece. O manancial nasce nos morros de Cará (distante 130 quilômetros da Capital) em altitudes superiores a 600 metros e tem um percurso de cerca de 190 quilômetros, desembocando no delta do Jacuí, em Canoas, numa altitude de apenas 5 metros.

Para ficar na História – Neste mesmo dia, 27 de janeiro, há 49 anos, no ano de 1961, um dos maiores ecologistas do país, o gaúcho Henrique Luiz Roessler, publicava a crônica A retificação do Rio dos Sinos. O texto faz parte de seu livro O Rio Grande do Sul e a ecologia (Crônicas escolhidas de um naturalista contemporâneo).
Na publicação, o autor relata, entre outros dados, que “A intervenção do homem nas imutáveis leis da natureza sempre resultou em fracassos, como demonstram inúmeros exemplos da Alemanha, onde a retificação e canalização de vários rios e arroios provocaram a morte de grandes regiões agrícolas. Agora, compreendido o erro, estão tentando recuperar essas terras perdidas com custosas obras de engenharia para garantir a economia da água. Nossa exigência é reter o maior tempo possível cada gota d´água nas cabeceiras do rio e de seus tributários pelo reflorestamento intensivo das margens e morros e áreas adjacentes devastadas. Sabe-se que a floresta age como uma esponja e filtro, largando a água vagarosamente, garantindo assim a constante umidade da terra e nível mais constante dos rios.”

Projeto Peixe dourado – O Projeto Peixe Dourado, atua na região de São Leopoldo e tem como objetivo principal acompanhar os indicadores ambientais do ecosistema aquático do rio dos Sinos, tendo o peixe dourado como um bioindicador nessas pesquisas. A biologia do dourado, especialmente seu comportamento de migrar longas distâncias e sua sensibilidade a respeito de substâncias xenobióticas, predestina essa espécie como bioindicador do ecossistema aquático. A partir dessas intenções principais do programa pode-se formular os projetos ecologia do dourado, educação ambiental e aquicultura.

Os objetivos do programa consistem em:

Ecologia do dourado: Avaliar a situação histórica dos estoques e da pesca do dourado na Bacia do Lago Guaíba; avaliar o estado atual do estoque da Bacia do Rio dos Sinos, que servirá como modelo para as outras subbacias; desenvolver métodos de conservação e fortalecimento dos estoques e de gerenciamento sustentável; e criar uma nova fonte de renda para a população ribeirinha, desenvolvendo programas turísticos para a pesca amadora.

Educação ambiental: Conscientizar a população, especialmente crianças, sobre os problemas ambientais da hidrobacia, que influenciam o ciclo de vida do dourado (esgoto químico e orgânico, lixo, destruição da vegetação ciliar, erosão, destruição das estruturas naturais do rio); integrar a população nas atividades do projeto (liberação de alevinos para repovoamento, captura de dourados para marcações, detecção de peixes marcados), incentivar a percepção e o compreensão holística da hidrobacia através do veículo da espécie bandeira dourado; desenvolver com a comunidade de pescadores da região ações de proteção ao dourado e estimular a percepção sobre a necessidade de melhorar as condições das águas.

Aquicultura: Incentivar a piscicultura do dourado para fins de peixamento e engorda; estabilizar a renda da piscicultura com espécies nativas; e criar um mercado novo para a piscicultura (venda de alevinos para povoamento).

UPAN – A União Protetora do Ambiente Natural (UPAN) foi fundada em 13 de julho de 1971. É uma entidade socioambiental de atuação regional, com sede em São Leopoldo, e é a segunda entidade ambientalista mais antiga da América Latina. Tem por missão agir localmente contribuindo com a construção e consolidação de uma nova ordem mundial, ecologicamente sustentável, socialmente justa, culturalmente adequada, politicamente democrática, economicamente viável e ética.

Entre seus mentores estão personalidades como José Lutzenberger e Henrique Luiz Roessler. Mais informações podem ser encontradas no site da entidade: http://www.upan.org.br.

Carência Ambiental – Há pouco menos de seis meses, o rio dos Sinos viveu um dos seus piores momentos. Como sinal do descuido histórico – e até de descaso de alguns setores – o manancial, que abrange 32 municípios e abastece a cidade, começou a agonizar. Não suportou a alta carga poluente, oriunda de esgotos e indústrias, e a baixa vazão, ocasionada pela retirada indiscriminada de água. O resultado foi trágico: a mortandade de milhares de peixes e, agora, como consequência, a proliferação de mosquitos. (fonte: site da prefeitura de São Leopoldo)



terça-feira, janeiro 26, 2010

Município Verde – Manoel Viana

Sediado às margens do rio Ibicuí, Manoel Viana situa-se a um altitude de 113 metros. Sua população de 6.963 habitantes distribui-se pelos 1.390,7 quilômetros quadrados, dos quais apenas 4,8 quilômetros quadrados são ocupados pela zona urbana. Trata-se de um município essencialmente dedicado ao agronegócio. Entre estradas vicinais e corredores que dão acesso às propriedades, estendem-se 700 quilômetros de estradas.

Ambiente natural – O município é cercado por rios, sobressaindo o Ibicuí como uma das diferenças ambientais positivas. O manancial oferece áreas de lazer e é considerado sem poluição. Além dele, que em tupi-guarani significa “terra de areia”, a cidade usufrui das águas dos rios Taquari e Carguataí. Ao longo desse último manancial, estende-se a floresta nativa preservada, incluindo áreas de várzea, próprias para nidificação dos pássaros e outros animais.

Ambiente construído – Próximo ao rio, o hotel Fazenda Recanto do Ibicuí, também conhecido como Fazenda do Elesbão, oferece atrativos próprios da região ambientalmente preservada, a uma distância de 11 quilômetros do centro da cidade. Localizado no distrito de Pirajú, a localidade fica a 420 quilômetros de Porto Alegre.

Carência ambiental – Atualmente, o município não dispõe de tratamento de esgoto. Já foi elaborado um projeto que necessita de adaptações. Prevê-se que sejam investidos em torno de R$ 7 milhões na execução da iniciativa.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Município Verde – Santa Cruz do Sul


O município de Santa Cruz do Sul situa-se na região central do Rio Grande do Sul, na zona de transição entre a unidade fisiográfica conhecida como Depressão Central e a Zona de planalto do Estado. É caracterizada como uma das maiores economias do RS com a população de 122.451 habitantes, distribuída pelos 794,49 quilômetros quadrados, divididos em nove distritos e 45 bairros.

Oitenta e sete por cento da população vive na zona urbana. São 46.650 consumidores ligados aos 1.698 quilômetros de rede de energia elétrica, bem como 39 mil prédios estão interligados à rede abastecimento de água na zona urbana que possui 438.157 metros de extensão. O número de veículos em circulação é de 60.594.

O consumo diário de água tratada equivale a 32 mil metros cúbicos. São recolhidas por dia 60 toneladas de resíduos domésticos destinados à reciclagem. Os detritos de origem industrial tem sua destinação por meio da Fundação Pró-Ambiente (Fupasc), de Santa Cruz do Sul. O município faz parte do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Siga-RS).

Ambiente construído – O reservatório, denominado de Lago Dourado e que teve inaugurada sua primeira fase em 31 de dezembro de 1998, envolve uma área de acumulação equivalente a 120 hectares e permite a reunião de 3 milhões de metros cúbicos de água. Na várzea, foram implantados diques de contenção para atenuar as cheias, na forma de dois piscinões, aliados ao fluxo dirigido do arroio Lajeado.

O sistema de enfrentamento, implantado a partir de 2007, às cheias permite que as águas de origem urbana fluam para o rio Pardinho antes de se somarem às águas que vêm pelo próprio leito do manancial, com um retardo configurado nos dois piscinões.

Ambiente natural - Cinturão Verde – Demarcado pelo Decreto Municipal nº 4.117, de 26 de maio de 1994, é formado por uma área de 465 hectares, situada a leste e ao norte da zona urbana e constitui-se em um espaço de preservação permanente. Conforme o Dr. Jair Putzke, o cinturão verde abriga diversas espécies endêmicas (só ocorrem ali), como a bromélia Aechmea Wincklerii.

Essa área é refúgio de importantes espécies polinizadoras, embeleza a cidade, promove um equilíbrio climático, absorve poeiras, permite infiltração das águas, além de se configurar em cenário de rara beleza e fonte de pesquisas em biodiversidade.

Carência ambiental – Contrastando com a pujança do município, emerge a precariedade do tratamento dos esgotos domésticos, representando uma carência ambiental. Apenas 12% do que é produzido na área urbana recebe o devido tratamento. Projetos e obras em andamento pretendem dobrar essa capacidade nos próximos dois anos. A extensão da rede coletora equivale a 50.710 metros.

Bibliografia de apoio:

Santa Cruz do Sul – Um pólo de oportunidades. Ed. Gazeta Santa Cruz, 2009.

Putzke, Jair. Biodiversidade vegetal do Cinturão Verde de Santa Cruz do Sul. Volume 1, Árvores, 2003

Rios assoreados

Após as recentes intempéries, há um fator a ser considerado de forma especial: o assoreamento dos recursos hídricos. Há poucos dias, quando visitamos o rio Soturno, em Nova Palma, nos impressionou a cor de suas águas: negras, tomadas de lodo. E isso se repete pelos nossos rios em toda parte. O assoreamento provoca perda do leito dos rios e diminuição de volume de água a montante das barragens, fazendo com que a qualquer chuva se viabilize uma catástrofe. A entrada de insumos agrícolas nas águas facilita a eutrofização, ou seja, a proliferação de algas que  consome com o Oxigênio, provocando a mortandade de peixes e outros seres aquático. O pior mesmo é a diminuição da capacidade de absorção dos dejetos humanos e efluentes industriais, largamente despejados "in natura" nos centros urbanos.

domingo, janeiro 24, 2010

Município Verde

A partir de terça-feira, 26, estaremos disponibilizando um espaço para que cada município possa divulgar o que de bom estiver fazendo na área ambiental. O espaço estará aberto  para apresentação dos locais verdes do município, de suas iniciativas de preservação, de produção considerada limpa, de suas propostas de coleta de resíduos, reciclagem e reaparelhamento ecológico. Começaremos por Santa Cruz do Sul. Desde já agradecemos pela colaboração de todos.

sábado, janeiro 23, 2010

Rio Fão

O rio Fão é um dos percursos hídricos mais bonitos do Estado. Por atravessar terrenos dobrados com cotas  superiores a 600 metros de altitude e sua morfologia encaixada nas rochas, tem em suas águas a condição de carregar seixos e matacões e outros materiais de porte. Conforme o relato do secretário de Agricultura do município de Fontoura Xavier, Adilar Gradaschi, no início desse janeiro, ocorreram chuvas de 342mm no período de 24 horas. Contato mantido ontem, no encontro dos prefeitos em Tramandaí, no Litoral Norte, com o prefeito Flávio da Rosa, nos possibilitou uma visão do que pode ocorrer dias após o evento que provocou quedas de pontes, desabrigou pessoas, bloqueou estradas, arrasou lavouras, entre outros prejuízos contabilizados pela municipalidade.
No domingo passado, dia 17, por volta das 18 horas, o jovem Jucinei de Brum, 19 anos, acabou se afogando na tentativa de atravessar o rio Fão nadando. Jucieni pretendia buscar uma canoa no outro lado do manancial, para que sua irmã conseguisse atravessar o rio para ir até seu local de trabalho. A travessia a nado se motivou pela queda de pontes que ligam a região com Progresso e Barros Cassal. Aos prejuízos ocorridos no momento do evento intempérico, somou-se o infortúnio do afogamento, que consternou a toda a comunidade.
Dias atrás visitei o município de Marques de Souza, onde ocorre o encontro das águas do Fão com o Forqueta, quando pude constatar prejuízos de toda ordem, como a destruição dos cemitérios na Linha Tamanduá. Tanto o cemitério católico quanto o evangélico foram duramente atingidos, como já informamos. Os sepulcros de pessoas ligadas ao movimento dos Muckers chamam a atenção. Há muita história ainda não devidamente esclarecida, como a dos Muckers por exemplo.
Além de reconstruir pontes, há que se recuperar a história.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Colinas

Vale a pena observar as fotos que ilustram o calendário do muncipio de Colinas. As imagens retratam a exuberância natural da Cidade Jardim.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Obrigado jacarandá

Muitos lamentam os prejuizos sobre alguns carros que a queda de um majestoso jacarandá provocou na Praça da Matriz. E, de fato, lamentamos pelos que tiveram essas perdas. Contudo, queremos lembrar os benefícios que a árvore nos trouxe ao longo de suas décadas de convivência conosco. Quanto CO2 capturado dos combustíveis lançados pelos carros? Quanto oxigênio liberado? Quanto de ruído amortecido? Quanto de poeiras absorvidas? Quanto de água drenada para o lençol freático? Quanta sombra? Quantos pássaros, insetos e outros conviventes ali nidificaram? Quanta beleza? Quanto... quanta...
Jacarandá da Praça da Matriz, muito obrigado por teres existido.

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Água no Haiti

A crescente escasssez de água foi definida pela UNESCO como o problema ambiental mais grave do século. A água está sendo considerada a moeda de escambo mais forte nestes dias de infortúnio do Haiti.

sábado, janeiro 16, 2010

Ponte

Romar Beling assina o artigo "A ponte do rio que cai" (Gazeta do Sul, 16/17/01/2010, pág. 7). No texto, fala da ponte que ruiu, em Agudo, no dia 5 deste janeiro. A certa altura do artido diz o jornalista: "Em meio  à imensidão de água, alguém reparou no que resta de mata ciliar no maior curso fluvial do Rio Grande do Sul? As árvores desapareceram por conta própria? A natureza achou por bem fazê-las sumir?".
No mesmo jornal (pág. 8), o geólogo Enoir Greiner assina o artigo "Áreas de morros e deslizamentos", no qual afirma: "...as chuvas torrenciais sobre o perímetro urbano de Santa Cruz do Sul vão causar alagamentos e aumentar os riscos geológicos nas encostas, podendo ocorrer escorregamentos de terras.".

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Política Gaúcha de Mudanças Climáticas

Em 14 de janeiro de 2010, a governadora Yeda Crusius lançou a Política Gaúcha de Mudanças Climáticas e empossou o Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC) que é presidido pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Berfran Rosado. No mesmo evento, foi empossado ainda o Comitê Gestor que é formado por duas equipes de trabalho: o Grupo de Estudos Climáticos e Meteorológicos e o Grupo de Processos Produtivos. A iniciativa visa implementar ações para reduzir ou estabilizar a concentração dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera, em busca de um nível seguro. Com isso, também será criado o Plano Estadual de Mudanças Climáticas. A ideia é dar continuidade à elaboração dos planos das bacias hidrográficas e criar sistemas de alertas e controle de cheias e de programas de reservação de água, mas também orientar e preparar a população e o setor produtivo para a prevenção, mitigação e adaptação aos efeitos decorrentes de eventos climáticos.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Sinais do Tempo

Em uma das andanças por esse Rio Grande, participando das entregas de viaturas da Brigada Militar e da Polícia Civil, pelo Governo do Estado, em todo o interior, aproveitei para olhar os estragos causados pelas fortes chuvas dos últimos dias nos dois cemitérios da localidade de Tamanduá, pertencente ao município de Marques de Souza, no Vale do Taquari. No local onde a história de nossos antepassados se faz presente, as águas do Rio Forqueta invadiram e arrancaram boa parte dos sepulcros existentes há anos no local. A devastação dos cemitérios católico e evangélico luterano ocorreu em poucos minutos, mas deixou a certeza que esta enxurrada não foi por acaso. O meio ambiente está se manifestando de diversas formas e em todos os lugares. Os efeitos da degradação já podem ser sentidos em todos os continentes. Basta ver o acontecido ontem, terça-feira, no Haiti, na Republica Dominicana, e, no início do ano, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Esses são os sinais de que já passamos do tempo de tomar uma atitude.

7 Sinais de Propaganda Ecológica Enganosa



Fonte: Revista VEJA 2145/Comunicadores http://comunicadores.info/

Estudo indica que limites da Terra já foram extrapolados


Quanta pressão o planeta ainda pode suportar antes que comece a entrar em colapso? Foi com esta pergunta em mente que um grupo de 29 pesquisadores de diversas partes do mundo resolveu procurar por “fronteiras” no sistema terrestre que deveriam ser respeitadas para se evitar grandes catástrofes ambientais e climáticas.


A resposta veio com o trabalho “A safe operating space for humanity” (algo como “Um espaço operacional seguro para a humanidade”) publicado na edição desta quarta-feira (23) da revista Nature.

Nele, os cientistas propuseram nove elementos que são fundamentais para as condições de vida na Terra: mudanças climáticas; acidificação dos oceanos; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e de fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; e a taxa de perda da biodiversidade, tanto terrestre como marinha.

“Os limites planetários seriam processos que influenciam a habilidade do planeta de se manter em um estado desejável para dar apoio ao desenvolvimento humano. Depois de identificar alguns desses processos, nós sugerimos os pontos de exploração máximos de cada um, mantendo uma margem segura para as conseqüências mais desastrosas”, explicou o líder do estudo, Johan Rockstrom, da Universidade de Estocolmo.

Ao analisar cada um desses limites, o grupo chegou à conclusão que as atividades humanas já ultrapassaram os limites adequados para três delas: mudanças climáticas, biodiversidade e concentração de nitrogênio na atmosfera.

No caso da biodiversidade, por exemplo, este limite seria menos de 10 extinções para cada um milhão de espécies por ano, porém hoje o registro é de mais de 100 extinções.

Segundo os pesquisadores, ultrapassar essas fronteiras não resulta em desastres imediatos, já que elas foram estabelecidos com alguma margem de segurança. “Entretanto, se continuarmos nesse caminho veremos efeitos como a desestabilização das calotas polares, a formação de grandes áreas sem vida, mudanças nas monções africanas e indianas e inclusive a transformação da Amazônia em uma enorme savana”, declarou Rockstrom.

Os autores, no entanto, ressaltam que o estudo não é um mapa completo para o desenvolvimento sustentável, mas que ele fornece elementos importantes para a identificação dos limites críticos do planeta.

“Nós estamos propondo essas noções para que sejam discutidas pela comunidade cientifica. Esperamos que o debate ao redor do aquecimento global se amplie, porque não são apenas os gases do efeito estufa que ameaçam o equilíbrio do planeta. Existem muitos outros sistemas, que interagem entre si, então ultrapassar uma fronteira pode resultar na desestabilização de todas”, afirmou um dos co-autores, Sander van der Leeuw, da Universidade do Arizona.

Outro co-autor, Will Steffen, da Universidade Nacional da Austrália, explica que a humanidade está começando a forçar o planeta para fora do estável período do Holoceno, que teve início há 10 mil anos e no qual a agricultura e a sociedade complexa floresceram. “A expansão dos seres humanos pode agora enfraquecer a resiliência do Holoceno, que sem a nossa interferência continuaria por mais milhares de anos.”
“Nós estamos entrando agora no ‘Antropoceno’, uma nova era geológica na qual nossas atividades estão ameaçando a capacidade da Terra de regular a si mesma”, afirmou Steffen.

Fonte: Carbono Brasil/IBPS - *Crédito-Imagem: Stockholm Resilience Centre

Ano Internacional da Biodiversidade vai discutir extinção de espécies

Pesquisadores estimam que 150 espécies sejam extintas todos os dias no mundo.

Apesar de 2010 ser o Ano Internacional da Biodiversidade, não há muito o que comemorar. Pesquisadores estimam que 150 espécies sejam extintas todos os dias no mundo. Segundo o secretário da Convenção sobre a Diversidade Biológica da ONU, Oliver Hillel, o lançamento das atividades pelas Nações Unidas ontem (10), em Berlim, na Alemanha, e no Brasil, na última quinta-feira (6), em Curitiba, servem para colocar o tema no foco das discussões.

Ele reforça que, junto com a questão das mudanças climáticas, a perda da biodiversidade é o maior desafio para a humanidade atualmente. Por isso, durante este ano, serão promovidas atividades em todo o mundo para conscientizar a população.

“Estamos perdendo essa biodiversidade a uma taxa mil vezes maior do que a taxa normal na história da terra. Então, de acordo com as previsões dos cientistas, até 2030 poderemos estar com 75% das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Hoje esse número é de 36%.”

Hillel faz um alerta sobre a previsão de que 150 espécies sejam extintas todos os dias no mundo. E lembra que, dos objetivos traçados por vários países em 2002, durante lançamento da Convenção da Biodiversidade, poucos foram cumpridos.

“Um dos que foi cumprido e é bom, porque nos encoraja, é a proteção legal em unidades de conservação de 10% dos ecossistemas da terra. O Brasil, por exemplo, é um líder. Estamos hoje com 16% da nossa terra em todas as categorias de proteção, nas três esferas do governo. O mundo inteiro, em termos de ambiente terrestre, está por volta de 12%.”

O Diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, afirma que, no Brasil, um calendário de eventos deverá ser divulgado esta semana pelo ministério para debater o tema. “É importante neste ano ampliar a discussão com a sociedade pra refletir sobre a importância da biodiversidade.”

Fonte: Agência Brasil/Ec oAgência

terça-feira, janeiro 12, 2010

Um oceano de lixo

Os residuos que descartamos muitas vezes acabam em nossos oceanos e no caso dos residuos sólidos eles podem, por diversos fatores, se aglomerarem formando manchas de lixo. Onde é possível até caminhar por cima dos residuos em algumas partes.

A Grande Mancha de Lixo do Pacífico é na realidade um vórtice giratório de uma sopa de plástico, um pântano imenso e fétido de dejetos em que pedacinhos minúsculos de plástico podre se sobrepõe ao zooplâncton - um dos organismos mais prolíficos e abundantes no planeta - na proporção de seis para um. Ninguém sabe seu tamanho exato, nem se tem algum tipo de limite: sua localização e seu formato variam de acordo com fatores como temperatura da água, estação do ano e eventos climáticos importantes como o El Niño. Cientistas estimam que seu tamanho seja equivalente a duas vezes o do estado norte-americano do Texas (ou quase a área do estado brasileiro do Amazonas) - talvez seja até maior - e que contenha cerca de dez milhões de toneladas de lixo.

Dois fatores contribuem para formação do problema: a ação humana e a própria natureza. Segundo os pesquisadores, um quinto dos resíduos é jogado de navios ou plataformas petrolíferas. O restante vem da terra.

Segundo o PNUMA, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões e centenas de espécies de peixes.

Essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja que concentra poluentes persistentes. Ou seja, qualquer animal que se alimenta nestas regiões pode ingerir altos índices de venenos que acabam introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, tornando verdadeira a afirmação de que o que fazemos à Terra acaba tendo impacto sobre nós, seres humanos.





fontes:
- http://www.rollingstone.com.br/edicoes/40/textos/dejetos-gerados-pelo-mundo-todo-formaram-um-enorme-lixao-flutuante-no-oceano/
- http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_269410.shtml
- http://www.conteudo.com.br/chicodias/apavorante
- Greenpeace

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Ambiente de Paz

Ontem tivemos um dia especial. O Carmelo Nosso Senhor dos Passos de São Leopoldo comemorou seus  100 anos de existência, ao tempo em que  a Irmã Maria Inês de Jesus celebrou seus 50 anos de vida  carmelita. O Padre Roque Schneider foi muito feliz em acentuar que, ao invés de tantas mãos armadas para o confronto, ergamos mais mãos em prece. Impressiona o fato que em tempos de tanta exposição individual e coletiva haja pessoas que dediquem suas vidas a orar, de forma discreta, silenciosa, mas extremamente necessária para toda a humanidade. No Carmelo de São Leopoldo, convivem 15 irmãs, felizes e realizadas, num ambiente de paz, serenidade e oração.

sábado, janeiro 09, 2010

Sinimbú

Estivemos hoje pela manhã no município de Sinimbú, com o prefeito Mario e sua esposa Jacinta, que nos fizeram um relato dos prejuízos que a recente enxurrada das águas promoveu na região.
Além das estradas e outros problemas, o prefeito relatou o estrago em 20 pontes pênseis. Aliás, Sinimbú é considerada a capital brasileira em número dessas pontes (70 no total). Esse tipo de ponte dá um beleza toda especial à região. A preocupação agora é de recuperá-las, até porque em breve recomeçam as aulas e os estudantes  precisam delas, para chegar  às escolas.
Ouvimos de algumas pessoas, relatos  sobre a violência com que as águas desceram pelos morros. É a natureza se manifestando.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Fazenda Tupi

Da ideia de um grande empresário com consciência ambiental, surgiu a Fazenda Tupi. Localizada em Nova Prata e adquirida em 1989 por Vicêncio Paludo, ela desempenha funções de grande importância para a comunidade regional. Originalmente, na década de 50, a floresta nativa da fazenda era coberta por 35 mil pinheiros adultos. Porém, na década de 80, ela sofreu uma grande exploração e, por consequência, a área foi degradada. Nesse momento, entrou em cena Vicêncio Paludo, que comprou o local e o transformou em uma das últimas áreas remanescentes da Floresta de Araraucária, com tal extensão, na região nordeste do Rio Grande do Sul. No local, foram plantados 250 mil pinheiros, 450 mil mudas de erva-mate, 40 mil mudas de pinus e 10 mil mudas de eucalipto. Atualmente, dos 962 hectares, 770 são de mata nativa.
Os recursos existentes no local possuem valor inestimável, destacando-se a diversidade da flora, da fauna e de solos, as nascentes e cursos de água, além da criação de ovelhas e de abelhas.

Estado vai antecipar R$ 6 milhões de passivos da Consulta Popular

A medida visa priorizar os municípios gaúchos em situação de emergência

O Governo do Estado irá antecipar R$ 6 milhões dos pagamentos de passivos da Consulta Popular nos três primeiros meses do ano, que, incluindo o cronograma normal de pagamentos do processo de Participação Popular (R$ 1 milhão/mês), totalizará de janeiro a março o valor de R$ 9 milhões. José Alberto Wenzel ressalta que, além desse pagamento, existem os da atual gestão que são pagos assim que liquidados. A decisão foi tomada nesta sexta-feira, dia 8, em reunião solicitada pela governadora Yeda Crusius, na qual participaram os secretários de Relações Institucionais, José Alberto Wenzel, da Secretaria-Geral de Governo, Ana Pellini, da Fazenda, Ricardo Englert, da Educação, Ervino Deon, da Segurança Pública, general Edson Gularte, e o interino do Planejamento, Alexandre Porsse.
A medida tem por objetivo priorizar os municípios atingidos pelas enxurradas ocorridas nos dias 4 e 5 de janeiro. Conforme Wenzel, essa iniciativa demonstra a preocupação do Governo e dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) com o momento de dificuldade que o Estado está passando.

COPENHAGUEN X HOPENHAGEN

O encontro de cúpula que reuniu 119 chefes de Estado não se restringiu às duas semanas de Copenhagen, na Dinamarca. Há dois anos vinham ocorrendo reuniões preparatórias em todo o mundo, que teriam seu desfecho na COP15, previsto como o mais importante encontro mundial do tema de todos os tempos. Dessas discussões, se consolidou a pauta para ser consagrada resolutivamente entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009.
Para a grande Conferência, foram definidos cinco eixos para concretizar o acordo de Copenhagen: a visão compartilhada, que pretendia a corresponsabilização mundial e comum em torno da necessidade de que a temperatura global não aumentasse além de 2ºC; a mitigação, com a definição de que ao mundo urge reduzir ao menos 40% de suas emissões de CO2, sobre os inventários de 1990; a adaptação, que permitiria ajuda financeira aos países pobres, com aporte de recursos de um Fundo Internacional do Meio Ambiente, abastecido por verbas provenientes de paises historicamente poluidores e, hoje, considerados desenvolvidos; o financiamento, de valores próximos a 140 bilhões de dólares por ano, até o ano de 2020, para financiar a adaptação e mitigação dos paises em desenvolvimento e pobres; e a transferência de tecnologia, para que mundialmente houvesse a acessibilidade a processos considerados limpos.
Tecnicamente a agenda estava adiantada, faltando o texto final a ser assinado por todos os mandatários mundiais, seguida de um foto que emolduraria consensualmente o acordo.
Porém, a nosso ver, três foram as razões de fundo para que a reunião de cúpula acabasse em fracasso. Em primeiro lugar, os países que se industrializaram há 250 anos, com o advento da revolução industrial não aceitam mudar seu estilo de vida, ao mesmo tempo em que os paises emergentes querem chegar ao mesmo patamar, seguindo processos que também degradam e poluem. Por outro lado, os países ainda não perceberam que não são ilhas, ao não aceitar protocolos de comum verificabilidade, entendendo que isto violaria o princípio da soberania. Ou seja, um país desconfia do outro. A terceira razão, é que ninguém quer pagar a conta, os ricos que já destruíram seu habitat natural estão amarrados as suas mega-corporações econômicas, enquanto que os que ainda não chegaram ao patamar de primeiro mundo, entendem que devem receber e não pagar para reduzirem suas cotas de poluição, tendo inclusive, em muitos casos, dado a perceber que se os outros enriqueceram poluindo e destruindo, agora os demais também possuem este direito.
De Copenhagen ficaram dois marcos: o primeiro, é que o desenvolvimento sustentado não se sustenta quando pesam os fatores econômico e político. Os grandes chefes se renderam às pressões que envolvem dinheiro. Tiveram coragem de botar muito, muitíssimo dinheiro para enfrentar a bolha imobiliária que se abateu sobre o mundo de agosto de 2008 a meados de 2009, mas não tiveram sensibilidade vital para contribuir pela manutenção da vida. O verde do dinheiro sobrepujou largamente o verde da vida. O outro marco que ficou foi o dos ativistas que, em número superior a cem mil, gritavam Hopenhagen, que traduz a esperança ambiental, e não Copenhagen, que não se desvencilhou de amarras ultrapassadas.

Copenhagen: um acerto de contas

Quatro questões foram notórias nestas duas semanas da COP15, em Copenhagen. A primeira é a de que não há inocentes. Os países que há 250 anos se industrializaram têm uma conta histórica de poluição a ser depurada. Os países emergentes seguem o mesmo caminho, porém com mais pressa alcançando índices de poluição extremamente altos. A segunda reforça que não há confiança mútua internacional suficiente que permita a busca de soluções consensuadas e transparentes.

A terceira destaca que, em todos os debates, já nas reuniões preparatórias e nos encontros de adaptação, se buscou avaliar quanto custa e quem deve pagar para frear a conta no sentido de não permitir que a temperatura do planeta suba além de 2ºC na média nos próximos anos. O mundo achava que poderia resolver financeiramente os problemas de poluição, como, por exemplo, a diminuição da emissão de CO2 na atmosfera. A quarta sustenta que os efeitos da poluição já estão sendo sofridos por todos: ricos, pobres, quase ricos ou muito pobres.

Por evidente que se deve realçar como positivo este encontro mundial em que os povos se debruçaram sobre o clima. Mas também, por óbvio, fica cada vez mais claro que o tão propalado desenvolvimento sustentável, com a prevalência da dimensão econômica, não vai solucionar as questões sociais, muito menos as ambientais.

Ficou evidente a perplexidade dos lideres mundiais no trato das questões ambientais. No Rio Grande do Sul temos muito a mostrar quanto ao desenvolvimento ambiental, como, por exemplo, o Sistema Integrado de Gestão Ambiental, o Siga, entre outras iniciativas, que integram, na forma de rede, as comunidades gaúchas.

De Copenhagen, fica a lição de que o mundo precisa gestar uma revolução conceitual, que redirecione o processo civilizatório. Não se trata de abrir mão do desenvolvimento tecnológico, pelo contrário, ele poderá contribuir positivamente, se reorientado. Não será uma fileira de árvores de plástico e metal, ainda que nutrida com muito dinheiro, via fundos internacionais, que vai permitir a vida plena de nossas descendências. Nada substitui a natureza, a não ser que pretendamos deixar de ser criatura, que precisa de ar, sol, água, terra e relacionamentos.

SUSTENTABILIDADADE: UM CONCEITO INSUSTENTÁVEL

Neste dezembro, em que serão debatidas medidas para enfrentar o aquecimento global em Copenhagen, somam-se durante o ano, 18 eventos adversos movidos por fortes chuvas e temporais. As notícias dão conta que em nosso Estado, inúmeros municípios superaram marcas históricas de chuvas sem tréguas. Há poucos meses atrás, se abatia sobre o Rio Grande do Sul a estiagem, que atingiu mais de 270 municípios gaúchos. Séries estatísticas demonstram que, a cada 10 anos, temos sete episódios de secas e estiagens.

Paralelamente, é inegável que boas práticas ambientais, na esteira do desenvolvimento sustentável, tem permeado as ações e atitudes das pessoas e instituições públicas e privadas. A responsabilidade sócio-ambiental tem crescido e se inserido nas prestações de contas das entidades. Por óbvio que, pelo outro lado, alinham-se em lista interminável, fatos e situações de inegável agressão ao ambiente e suas criaturas.

A idéia do desenvolvimento sustentável, a par de ter promovido práticas exemplares, tem se mostrado insuficiente na busca de uma equiparação entre o social, o ambiental e o econômico. Na prática, predomina o fator econômico sobre o social e o ambiental. Nesta situação, o ambiental ficou engessado pelo próprio conceito e processamento da sustentabilidade.

Aproveitemos as intempéries, que se revezam entre estiagens e temporais, para rever a tão propalada sustentabilidade. Três questões estão colocadas à mesa, para o debate e decisão da humanidade: romper com a sustentabilidade como está posta, elaborar uma metodologia ecológica, e seguir uma síntese ambiental que nos viabilize um futuro de convivência universal.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

RUPTURA DA PONTE E DA HUMANIDADE

Segundo o relato de pessoas que testemunharam a queda da ponte na RSC-287, em Agudo, no momento da queda da massa de concreto, ferragem e asfalto, as águas do rio Jacuí se abriram formando uma espécie de vácuo que, em seguida, se fechou, submergindo com veículos e pessoas.
À ruptura da ponte de Vila Rosa, juntam-se quedas de outras pontes, destruição de lavouras, interrupção de estradas, desalojamento e desaparecimento de pessoas, por todo o Rio Grande. Esses fatos não estão isolados do que ocorre em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, nem das nevascas que vergastam os países do norte.

A tragédia que angustia os gaúchos, além de se inserir no contexto global de intempéries que assombra o mundo, não pode ser desvinculada do que vem acontecendo há mais tempo. Só em 2009 foram emitidos pelos prefeitos gaúchos 648 decretos emergenciais originados por estiagens, vendavais, granizos, enchentes, entre outros.

Explicações para o fato da queda da ponte incluem movimentos de massa de ar, altas precipitações pluviométricas com forte incidência sobre áreas de encosta, acúmulo de águas das barragens, estafa dos materiais construtivos e formação de ondas com frequências avassaladoras que, entre outras, agregam-se ao conjunto de fatores que provocaram o dilúvio deste início de 2010.

Outras explicações virão, seguidas de medidas reparadoras, novas normas e cuidados reconstrutivos. Contudo, estamos frente ao seguinte dilema: agiremos como os senhores do mundo que desperdiçaram a COP 15 e, ao primeiro sol esquecem a tragédia, ou, aproveitamos 2010 para constituí-lo no tempo de reversão civilizatória. A ruptura da ponte expôs a ferida exploratória e inconsequente à qual nos atiramos. A humanidade errou o caminho. Ao invés de respeitar e conviver com a natureza, de quem somos filhos e herdeiros, ela foi enfrentada, explorada e não entendida. Não é a natureza que se vinga, ela se manifesta e nos conclama para despertarmos.

Que as mortes e os desaparecimentos, de gaúchos e brasileiros, somadas as de muitas outras antes acontecidas, não tenham sido em vão
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